SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O major da reserva da Polícia Militar de SP suspeito de oferecer R$ 100 para passar a mão nas nádegas de uma comerciante do município de Socorro, a 134 km da capital paulista, foi preso na noite desta segunda-feira (18) na capital paulista.

Conforme o boletim de ocorrência, o major Willians Wagner Ribeiro de Castro, 59, apresentou-se espontaneamente à sede da Corregedoria da PM, na região do Bom Retiro, munido do mandado de prisão expedido contra ele.

Castro foi levado por uma equipe da PM ao 8º DP (Brás) e, após oficializar a prisão, encaminhado para o Presídio Militar Romão Gomes, na zona norte, onde deve aguardar julgamento.

O PM era considerado foragido desde 29 de novembro. A prisão ocorreu no dia em que a Folha publicou reportagem revelando o caso.

O advogado de Castro, Mosai dos Santos, foi procurado nesta terça (19), mas não se manifestou até a publicação deste texto. Na semana passada, o advogado havia dito que não poderia falar sobre o assunto porque o processo segue em segredo de Justiça. Negou, porém, que seu cliente estivesse foragido.

Procurado pela Folha de S.Paulo na semana passada, o advogado de Castro, Mosai dos Santos, disse que não poderia falar sobre o assunto porque o processo segue em segredo de Justiça. Afirmou, porém, que seu cliente não estava foragido.

A vítima, Fabiana Cristina, 43, disse à Folha que o PM esteve no estabelecimento dela no dia 25 de novembro, onde a importunou sexualmente ela. A comerciante disse que a filha dela também foi importunada.

"Ele disse: 'te dou R$ 100 para você deixar eu passar a mão na sua bunda gostosa, e R$ 200 para deixar apertar'. Também disse para minha filha de 18 anos que ela era uma delícia e deveria se casar com o filho dele, que também é capitão da PM."

O episódio teria ocorrido no comércio da vítima, no bairro Pompeia, local do qual o major estava proibido de se aproximar, por ordem judicial, em razão de ataque semelhante em agosto de 2022.

"A conduta do acusado demonstra o seu descaso, não só para com a vítima e sua filha, mas, também, para com o poder público. É dizer que ele age como se acima da lei estivesse", diz trecho da decisão da juíza Fernanda Yumi Furukawa Hata, de Socorro, atendendo pedido do Ministério Público.

Em agosto do ano passado, conforme processo judicial, o PM, aparentemente embriagado, teria ido ao estabelecimento de Fabiana e teria passado a assediar a comerciante. Teria oferecido R$ 2.800 para manter relações sexuais com ela e, segundo a vítima, chegou a passar a mão em suas nádegas.

A Promotoria denunciou o major em março de 2023 por importunação sexual, ato libidinoso, injúria e desacato -por ter ofendido PMs chamados ao local. A juíza aceitou a denúncia e proibiu que o réu tivesse contato com Fabiana.


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