RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - Uma menina yanomami de 11 anos foi vítima de estupro coletivo, que resultou em lesão corporal grave. O crime ocorreu na noite da última segunda (18) em um matagal próximo da Casai (Casa de Saúde Indígena) em Boa Vista, Roraima. Quatro indígenas são suspeitos do crime.

O Governo de Roraima afirmou, em nota, que os suspeitos foram levados pela Polícia Militar a uma delegacia. A delegada Jaira Farias prendeu em flagrante dois adultos, de 21 e 27 anos, e apreendeu dois adolescentes, de 15 e 17 anos.

A polícia foi acionada após a menina ser encontrada desacordada em uma área de mata, com os suspeitos ao seu redor.

Ainda de acordo com o governo do estado, "um deles confessou que bebiam numa área de mata próximo da Casa de Saúde Indígena Yanomami e que deram bebida à criança. Depois os quatro a violentaram".

A menina foi conduzida para atendimento médico no Hospital Santo Antonio. Procurada, a assessoria de imprensa da unidade afirmou que a criança ingressou na unidade por volta das 18h30, por trauma, onde recebeu atendimento. No momento, o quadro de saúde encontra-se estável".

Foi constatado que, além da violência sexual, a vítima sofreu lesões corporais. Os adultos envolvidos foram apresentados em audiência de custódia. Os adolescentes foram levados ao Centro Sócio Educativo.

A Casai Yanomami atende indígenas que são removidos de seus territórios. Demarcada em um decreto de 25 de maio de 1992, na gestão Fernando Collor de Mello, a Terra Indígena Yanomami (TIY) é a maior reserva indígena do país tanto em área quanto em população.

Ela está localizada nos municípios de Boa Vista, Alto Alegre, Mucajaí e Caracaraí, no noroeste de Roraima, e Santa Izabel do Rio Negro, Barcelos e São Gabriel da Cachoeira, no norte do Amazonas.

O território indígena passou por uma crise humanitária no início do ano, após uma explosão de casos de garimpo ilegal dentro do território durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).

Com isso, o presidente Lula declarou em janeiro uma emergência sanitária na região. Segundo o Ministério da Saúde, de janeiro a 21 de julho, foram registradas 157 mortes entre moradores da TIY: 107 no próprio território, 47 em hospital e três em local não informado.


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