SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Rogério Cardoso Junior, acusado de agredir com pontapés a advogada Caroline Zanin Martins, irmã do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Cristiano Zanin, e os cachorros dela, foi absolvido pela Justiça paulista.
A denúncia foi apresentada pelo promotor Severino Antonio Tavares Moreira Barbosa.
A agressão ocorreu no dia 16 de outubro em frente ao condomínio onde Caroline mora, em Perdizes, na zona oeste da capital. No dia 20 de outubro o agressor já havia sido indiciado pela Polícia Civil pelos mesmos crimes.
Caroline Zanin foi procurar na manhã e na tarde desta quinta-feira (21) para se manifestar sobre a decisão, mas não respondeu.
A defesa de Cardoso Junior não atendeu as ligações realizadas pela reportagem.
Cardoso Junior foi denunciado por lesão corporal e maus-tratos a animais.
Na decisão, do dia 18 de dezembro, a juíza Isaura Cristina Barreira, aponta que pelas imagens gravadas foi possível constatar que o réu estava caminhando normalmente e que foram os dois cachorros que se aproximaram dele sem nenhuma contenção por parte de Caroline.
Em seguida, ainda segundo a juíza, somente após o ataque dos dois cachorros a Cardoso Junior, que teve sua bermuda puxada pelos animais, é que Caroline contém os cães e caminha mais à frente até a portaria de seu prédio, ficando o réu para trás.
Essas imagens do primeiro ataque não foram divulgadas.
Nos autos, consta que Cardoso Junior continuou seu caminho e novamente se deparou com Caroline e seus cachorros, que mais uma vez avançaram sobre ele.
"Nota-se que a corda da coleira dos dois cachorros estava frouxa e a vítima [Caroline] não conteve e não teve nenhum cuidado na contenção de projeção do ataque de seus cachorros, sendo que a vítima mesmo percebendo que seus dois cachorros foram em direção do réu, não os conteve, conforme se vê claramente pelas imagens", aponta a juíza.
As imagens a que ela se referem são as da portaria, divulgadas quando o caso veio à tona.
A juíza afirma que o réu percebeu que os cachorros o atacariam novamente e chutou os cães para afastar o ataque decorrente da "desídia e negligência da vítima [Caroline]".
Ainda em trecho do processo, a juíza afirma que pelas imagens não houve agressão do réu contra Caroline "qual sequer encostou na vítima e nem mesmo se projetou na direção dela".
"Não se trata de acobertar a conduta do réu, mas sim de avaliar que a situação fática não se enquadra como ilícito penal quando muito em um ilícito civil, na proporção em que será verificado eventual dano moral em decorrência da ação do réu", escreveu.
"Ante o exposto, absolvo sumariamente o réu Rogério Cardoso Junior", traz a decisão.
RELEMBRE O CASO
Imagens de câmera de segurança mostram o momento em que Caroline toca o interfone do prédio e fica de costas para a rua. O homem caminhava pela calçada quando os cachorros da advogada, que estavam com coleira e guia, vão na direção a ele, latindo e pulando.
O homem demonstra irritação e, aparentemente, não olha para a advogada. Ele chuta os cães diversas vezes, mas alguns golpes não atingem os animais. Ele também dá tapas nos cães.
Em entrevista à Folha na época, Caroline disse estar traumatizada e sem coragem de sair à rua com seus cachorros.
"É um trauma enorme, é um momento que eu não vou esquecer nunca na minha vida, me marcou. Eu não tenho mais coragem de sair na rua para passear com meus cachorros", afirmou.
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