SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - O médico Leonardo Pereira Alves Filho, ex-namorado da advogada Amanda Partata, acusada de ter matado o pai e a avó dele por envenenamento, declarou que lidar com essa situação está sendo "muito difícil" já que o caso expôs "tamanha brutalidade".

"Nunca imaginava qualquer coisa que justificasse tamanha brutalidade", diz filho de vítima. A declaração ocorreu em breve manifestação à imprensa, veiculada pela TV Anhanguera (afiliada da TV Globo), após ele, a irmã e a mãe prestarem depoimento à Polícia Civil nesta terça-feira (26). Falando pela primeira vez sobre o caso, ele se negou a responder aos questionamentos dos repórteres.

O homem afirmou que "tudo tem sido muito rápido" no caso. "E uma surpresa muito negativa para a gente. E a gente ainda está vivendo o nosso luto, tem sido muito difícil", disse o médico, ressaltando contar com o apoio da imprensa e da polícia para a conclusão do caso.

Médico não sabia que ex foi à casa do pai dele no dia do crime. Segundo Luis Gustavo Nicoli, advogado da família das vítimas, Leonardo Filho só soube que Amanda foi à casa do pai ao comparecer no hospital na noite de domingo (17) e ser informado do que ocorreu antes da internação.

POLÍCIA DESCARTA USO DE PESTICIDA

A Polícia Civil de Goiás descartou a hipótese de que a advogada tenha usado pesticida para matar o ex-sogro e a mãe dele. No entanto, ainda mantém a tese de que foram envenenados. A informação é da Polícia Científica.

Os policiais ainda investigam qual substância teria sido usada para matar Leonardo Pereira Alves, 58, e Luzia Tereza Alves, de 86. Segundo as investigações, a advogada teria cometido o crime após um término de namoro com o filho de Leonardo. Ela nega a autoria do crime.

A polícia testou os produtos que estavam na residência das vítimas para mais de 300 tipos de pesticidas. O caso começou a ser investigado após a morte de Leonardo.

Amanda foi presa na última quarta-feira (20). A esposa de Leonardo registrou um boletim de ocorrência dizendo que a ex-nora teria comprado doces e outros alimentos para um café da manhã com o ex-sogro e Luzia. A defesa dela pediu que ela respondesse às investigações em liberdade, mas o pedido foi negado pela Justiça.

Os advogados de Amanda contestam a prisão temporária dela. Eles alegam que a decisão discorre sobre os meios "pelos quais existiria algum tipo de risco para a integridade dos familiares das vítimas e testemunhas".

ENTENDA O CASO

A advogada é apontada pela Polícia Civil como a responsável por envenenar o ex-sogro, Leonardo Pereira Alves, e a mãe dele, Luzia Alves. Ela teria se sentido rejeitada após o filho de Leonardo terminar a relação, que teria durado cerca de dois meses.

Acusada mantinha boa relação com a família do ex-namorado, porque ela alegava estar grávida. Contudo, o delegado que cuida do caso afirmou que ela "não está grávida há algum tempo", embora diga que "ainda" está à espera do filho e "finja vômito por enjoo".

A polícia investiga se em algum momento Amanda de fato esteve gestante do ex-namorado. Os investigadores acreditam haver "indícios" de que os exames apresentados "foram falsificados".

Amanda Partata deve ser indiciada por duplo homicídio qualificado, por motivo torpe, com a qualificadora de envenenamento. A polícia ainda averigua se ela será denunciada por tentativa de homicídio no caso do avô do ex-namorado, que estava no local, mas não ingeriu os alimentos que a acusada levou na visita.


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