BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O número de mortes violentas no Brasil nos dez primeiros meses de 2023 teve uma queda de 2,2%, segundo dados compilados pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública e divulgados nesta quarta-feira (27).
Entre janeiro e outubro deste ano, 71.078 pessoas morreram por causas violentas, uma média de 234 mortes por dia. No ano passado, o número de vítimas foi de 72.715 no mesmo período. Esses dados referem-se a feminicídio, homicídio doloso, morte por intervenção policial, latrocínio, lesão corporal seguida de morte, mortes no trânsito ou em decorrência dela e suicídios.
Somente nos dois primeiros meses deste ano a quantidade de mortes violentas foi superior a 2022. A partir de março os números deste ano são sempre menores que os do ano passado.
As informações são fornecidas pelas secretarias de Segurança Pública dos estados e do Distrito Federal. O Ministério da Justiça e Segurança Pública recebe e valida os dados eletronicamente junto às unidades federativas, segundo o governo.
A pasta promete atualizar os dados a cada 30 dias no sistema. "Outra novidade é que os indicadores serão apresentados com base no número de vítimas e não apenas de ocorrências, o que possibilita dados mais minuciosos", diz nota do ministério.
São Paulo, estado mais populoso do país, registra o maior número de mortes violentas, com 8.807 vítimas nos dez primeiros meses do ano. Ele é seguido por Bahia (6.816 mortes) e Rio de Janeiro (6.230).
Proporcionalmente à população, o Amapá é o estado com a maior taxa, com 564 mortes violentas registradas no período.
O governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) viveu pressões na área de segurança pública neste primeiro ano de gestão, sobretudo por causa da situação da violência nos estados da Bahia e do Rio. Neste último, o governo federal determinou a ação de militares em portos e aeroportos.
Na Bahia, estado governado pelo petista Jerônimo Rodrigues, a escalada da violência, o avanço da letalidade policial no estado e os sinais trocados ao lidar com governadores aliados e adversários fizeram o governo ser criticado e acusado de patinar na gestão da crise de segurança.
Das 5.268 mortes por intervenção policial em todo país de janeiro a outubro, 1.410 foram registradas na Bahia -o equivalente a 27%. O número é bem superior aos de Rio de Janeiro (770) e São Paulo (407).
Também quando levado em conta crimes como estupro e tentativas de homicídio, os dados dos dez primeiros meses de 2023 são melhores do que os do no ano passado -embora em níveis altos.
Foram registrados 64.910 estupros neste ano, 1,4% a menos do que no mesmo período de 2022. Isso equivale a 214 estupros por dia.
As tentativas de homicídio no país passaram de 31.648 em 2022 para 30.615 neste ano, sempre na comparação entre janeiro a outubro dos dois anos. Trata-se de uma redução de 3,3%.
O Brasil ainda teve 22 mil mortes sem causa determinada que, de acordo com os dados oficiais, não teriam indícios de crimes. Mais da metade ocorreu em São Paulo (11.374), seguido de Paraná (2.283) e Rio de Janeiro (1.558).
As ocorrências de roubo e furto, cujos dados estão disponíveis pelo governo, também caíram na comparação com 2022. Neste ano, até outubro, foram registrados 303.976 roubos e furtos de veículos, roubos de carga e de instituições financeiras. Uma queda de 3,3% com relação ao mesmo período de 2022.
A maior parte desse montante se refere a veículos. Neste ano, foram roubados ou furtados 294.213 veículos, contra 303.614 no mesmo período do ano passado.
Ainda segundo as informações compiladas pela Justiça, foram apreendidas neste ano 85.388 armas de fogo, alta de 1,5% com relação aos dez primeiros meses de 2022.
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