RIO DE JANEIRO, RJ (UOL/FOLHAPRESS) - Temendo uma nova onda de ataques de milicianos contra o transporte público por conta da prisão de Luis Antonio da Silva Braga, o Zinho, a PM do Rio montou uma operação especial de policiamento em Santa Cruz, na Zona Oeste da capital, envolvendo cinco batalhões.
Ação de emergência. A operação foi montada de emergência, após Zinho decidir se entregar à Polícia Federal na véspera de Natal.
Planejamento. De acordo com documentos obtidos pelo UOL, a PM definiu como pontos de reforço 9 estações do corredor BRT TransOeste, além da estação de trem de Santa Cruz.
Batalhões mandam reforço. Além do 27º BPM (Santa Cruz), participam da ação integrada outras quatro unidades: o 9º BPM (Rocha Miranda), o 14º BPM (Bangu), o 18º BPM (Jacarepaguá) e o 41º BPM (Irajá). A ação integrada foi iniciada em 26 de dezembro e irá pelo menos até 2 de janeiro, segundo os documentos.
Ponto crítico. O ponto considerado mais crítico é o entorno das favelas que integram o chamado Complexo da Zona Oeste: Cesarão I, II e III, além de Vila Paciência. Nesse caso, a ordem do comando é que os policiais lotados lá devem "atentar para movimentação suspeita" nas favelas da região.
Proteção ao transporte. O objetivo da ação é reforçar o policiamento em estações de trem e do BRT, que foram atacadas por milicianos em retaliação à morte do número 2 do Bonde do Zinho, Matheus da Silva Rezende, o Faustão, em outubro.
Críticas à PM. Na ocasião, a PM foi alvo de críticas por não agir para impedir ataques em quase 40 pontos da Zona Oeste como represália à morte de Faustão durante uma operação da Polícia Civil. A ação coordenada dos criminosos resultou no maior número de ônibus destruídos em um só dia na história do Rio.
ZINHO TEMIA SER MORTO
Medo de morrer. Zinho negociou se entregar à PF após a Operação Batismo, que apontou a ligação da deputada estadual Lucinha (PSD-RJ) com a quadrilha comandada por ele. Ele tinha medo de ser morto após ver o cerco se fechar contra seu grupo criminoso.
Dinastia. Zinho é o terceiro integrante da família Braga a comandar a maior milícia do Rio. Antes dele chefiaram o grupo Carlos Alexandre da Silva Braga, o Carlinhos Três Pontes, morto pela Polícia Civil em 2017; e Wellington da Silva Braga, o Ecko, morto após ser detido pela Polícia Civil em 2021.
Sucessor morto. Seu sobrinho Faustão era considerado o segundo em comando do grupo e estava sendo preparado para ser o sucessor de Zinho na organização criminosa, apontam as investigações.
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