PORTO ALEGRE, RS (FOLHAPRESS) - Quase três dias após o forte temporal que atingiu o Rio Grande do Sul na terça-feira (16), 255 mil imóveis ainda seguem sem energia elétrica nesta sexta (19).

Conforme o governo do Rio Grande do Sul, que passou a unificar a divulgação dos dados, às 12h, a CEEE Equatorial, concessionária que atende majoritariamente Porto Alegre, tinha 82.110 clientes sem luz, enquanto a RGE Sul, que atende cidades do interior e parte da região metropolitana da capital, tinha 173 mil pontos ainda sem luz.

Ainda conforme o boletim do governo, as operadoras Vivo e TIM tinham respectivamente 25 e 15 municípios com problemas nos serviços de telefonia e internet. A Claro anunciou ter restabelecido o serviço. Um novo boletim será divulgado às 18h.

Em entrevista na manhã desta sexta (19) à Rádio Gaúcha, o superintendente da CEEE Equatorial, Sergio Valinho, estimou o restabelecimento total dos serviços até domingo. Segundo ele, há 2.000 funcionários trabalhando em reparos na cidade. Equipes da empresa de outras partes do Brasil foram trazidas ao RS.

A atuação da CEEE Equatorial, privatizada em 2021, está sob forte pressão. A Defensoria Pública do RS notificou a empresa, a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) emitiu nota dizendo que acompanha a situação e duas CPIs (Comissão Parlamentar de Inquérito) podem ser instaladas, uma na Câmara Municipal e outra na Assembleia Legislativa.

O governador do RS, Eduardo Leite (PSDB) mencionou a possibilidade de rever a concessão caso a empresa não melhorasse sua "relação com as autoridades e com a sociedade".

O principal problema em Porto Alegre é a queda de centenas de árvores e galhos sobre fios e postes, que exige um trabalho coordenado entre prefeitura e concessionária para fazer os reparos. Segundo a prefeitura, o recolhimento total dos pedaços de árvores derrubados pelo temporal pode chegar a um mês.

A queda de uma árvore também impediu a operação de uma unidade de saúde em Porto Alegre na manhã desta sexta. São quatro com o funcionamento comprometido desde quarta (17).

Pelo menos seis protestos ocorriam simultaneamente em Porto Alegre nesta sexta, conforme a Brigada Militar, a PM gaúcha, em diferentes bairros cobrando o restabelecimento do serviço de luz.

Em razão da falta de energia elétrica, também há comprometimento no abastecimento de água em 25 bairros de Porto Alegre. Segundo o Departamento Municipal de Água e Esgotos da cidade, após o restabelecimento da energia, o fornecimento de água ainda poderá demorar até 48 horas para ser normalizado.

Conforme a Defesa Civil do RS, são 417 pessoas desalojadas e 60 municípios atingidos pelo temporal, 10 em situação de emergência. Um homem morreu após ser atingido pela marquise de um supermercado em Cachoeirinha.


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