SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Dois homens foram mortos em supostos confrontos com policiais militares em Guarujá, na Baixada Santista, na madrugada deste domingo (28), em meio a retomada da Operação Escudo no litoral paulista. A ação foi novamente colocada em prática na região depois da morte do soldado Marcelo Augusto da Silva na madrugada de sexta-feira (26) na rodovia dos Imigrantes, em Cubatão.

De acordo com a SSP (Secretaria da Segurança Pública), a nova fase da Operação Escudo abrange cidades da Baixada Santista e do litoral sul. Ainda não há um balanço das ações.

Segundo a pasta da gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos), policiais militares realizavam patrulhamento por ruas da Vila Zilda, periferia de Guarujá, quando avistaram duas motocicletas em alta velocidade. Os policiais então teriam ordenado que os condutores dos veículos parassem, o que não teria sido acatado.

Conforme a pasta da segurança, ao acessaram a avenida Professor Rafael Vitiello os PMs foram alvo de disparos de arma de fogo, mas decidiram continuar a acompanhar os suspeitos. A dupla então teria apontado a arma na direção dos policiais, que revidaram.

O socorro foi acionado, mas os dois homens morreram ainda no local.

Com os suspeitos, segundo os policiais, encontrados um revólver e uma pistola. Peritos da Polícia Científica foram ao endereço. As armas utilizadas pelos policiais militares e pelos suspeitos foram apreendidas.

O caso foi registrado como morte decorrente de intervenção policial e excludente de ilicitude na Delegacia de Guarujá.

A Operação Escudo foi alvo de críticas de especialista em segurança pública, políticos e da Ouvidoria da Polícia após deixar um saldo de 28 mortos entre julho e setembro na mesma Guarujá e em Santos.

A ação teve início um dia depois da morte do soldado da Rota Patrick Bastos Reis, 30, em Guarujá.

Esse tipo de operação é colocada em prática toda vez que um policial militar de serviço ou folga é atacado por bandidos.

Para Bruno Langeani, gerente de projetos Instituto Sou da PAZ, após várias modalidades e meses da Operação Escudo no litoral, a ação do governo paulista não aponta para nenhum indicador de sucesso. "Se apresentam muitas mortes em confronto e pouca sensação de segurança para população e para os policiais. Seria hora de revisão de estratégia", afirma.

SEIS MORTOS EM DOIS DIAS

Na quarta-feira (24), ou seja, antes da retomada da Operação Escudo, três homens foram mortos em uma mesma ação na Vila Nossa Senhora de Fátima, em São Vicente.

Segundo a SSP, os suspeitos baleados tinham 30, 24 e 26 anos.

A ação teria iniciado após PMs receberem denúncia sobre um ponto de tráfico de drogas. No local, um homem teria atirado contra a viatura. Policiais revidaram e o atingiram.

Um grupo com 10 pessoas teria tentado fugir, mas correu para o mesmo lado quem outras equipes policiais que davam apoio para ocorrência estavam.

De acordo com a SSP, dois homens apontaram armas para policiais, que também reagiram.

Os feridos foram socorridos para uma unidade médica, onde morreram. Os outros suspeitos conseguiram fugir.

Na ação foram apreendidos dois rádios transmissores, quatro celulares, duas balanças, três armas utilizadas pelos suspeitos e drogas. As armas usadas pelos policiais também foram apreendidas.

O caso foi registrado como morte decorrente de intervenção policial, resistência, legítima defesa e tentativa de homicídio, no 2º DP de São Vicente.

Na terça-feira (23) três homens morreram na rodovia Anchieta, em Cubatão, durante um roubo a um caminhão que transportava cigarros avaliados em R$ 7 milhões.

Outras 15 pessoas foram presas. Dois adolescentes que teriam participado da ação também foram apreendidos e encaminhados para a Vara da Infância e Juventude.

Segundo a SSP (Secretaria da Segurança Pública), policiais foram acionados para atender e encontraram o veículo na estrada. No momento da abordagem houve troca de tiros.

Ainda conforme a versão dos policiais, parte do grupo se dispersou após o tiroteio, e sete suspeitos foram presos quando tentavam fugir.

Instantes depois, policiais do COE, tropa do 4º Batalhão de Polícia de Choque, localizaram outros três suspeitos. De acordo com os PMs, houve nova troca de tiros e o trio morreu no local. Outros sete suspeitos foram presos na mesma região.

A carga foi recuperada e devolvida. O motorista do caminhão, um homem de 40 anos, foi encontrado na rodovia Padre Manoel da Nóbrega, em Miracatu, no Vale do Ribeira, distante cerca de 100 km do ponto onde o veículo foi localizado pela polícia.

A ocorrência foi registrada na 3ª Delegacia de Homicídios do Deic de Santos como roubo de carga, corrupção de menores, associação criminosa, morte decorrente de intervenção policial e resistência.


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