SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O Carnaval de Rua de São Paulo começa oficialmente no próximo fim de semana, com os desfiles de blocos. Ao todo, a capital vai receber 654 festejos durante três fins de semanas, antes, durante e depois da folia.
A festa é uma oportunidade de negócios para empresas e, neste ano, vem atraindo novos segmentos.
Maior plataforma de busca de profissionais do sexo do Brasil, a Fatal Model vai patrocinar ao menos dois blocos de rua de São Paulo, o Vou de Táxi e o Não Serve o Mestre. Para a reportagem, a empresa afirmou que outros blocos no Rio de Janeiro também estão sendo sondados. Porém, não revelou quanto investirá em cada atração.
A Fatal afirma, por meio de nota, que "anunciar durante esse período é atingir uma audiência massiva, com diferentes faixas etárias e segmentos demográficos, num período em que a sociedade em geral está mais aberta à pluralidade e à quebra de preconceitos e padrões".
"Ao associar o Fatal Model a esse ambiente positivo, podemos criar uma experiência memorável para o público, estabelecendo uma conexão que ajuda a consolidar nossos valores de respeito e dignidade."
O objetivo, diz, é reforçar a importância "do respeito aos acompanhantes e também o respeito aos diversos corpos, a pluralidade".
Para isso, a empresa planeja a campanha "# RespeitoÉRegra". "A nossa sociedade deve ser um lugar de celebração da diversidade, respeitando a liberdade de escolha, seja na escolha da fantasia ou na escolha profissional", diz.
Mais uma vez, o patrocinador oficial do Carnaval de rua de São Paulo é a Ambev, que fez lance de R$ 26,6 milhões.
A Prefeitura de São Paulo explica que cada bloco é responsável pelo próprio patrocínio. A gestão Ricardo Nunes (MDB) disponibiliza um guia de regras para os blocos e outro para os patrocinadores, que incluem o que cada bloco pode fazer no trio dentro da corda.
O bloco Não Serve Mestre, que aceitou o patrocínio da Fatal Model, afirma ter sido foi procurado por uma casa de apostas que teria oferecido R$ 150 mil. Porém, segundo o presidente do bloco, Fabio Lopes, a negociação não andou porque a proposta não estava de acordo com o guia.
Além da Fatal Model, um bloco de médio porte recusou patrocínio de um site do segmento adulto ?que divulga perfis de cam girls ?mulheres que exibem o corpo na internet em troca de dinheiro. A empresa ofereceu R$ 100 mil em troca de dez abadás para que os convidados da marca acompanhassem o desfile dentro da corda, onde ficam os organizadores.
A venda e a distribuição de abadás são proibidas no Carnaval de São Paulo. Outra empresa de apostas online também teve a oferta recusada pelo mesmo bloco.
Um dos maiores blocos da cidade, o Acadêmicos do Baixo Augusta, também foi abordado por empresas dos mesmos segmentos, mas diz ter recusado os patrocínios por esses não condizerem com a filosofia do bloco.
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