SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O secretário municipal da Saúde de São Paulo, Luiz Carlos Zamarco, oficiará o Ministério da Saúde pela segunda vez, nesta terça-feira (6), para solicitar que a capital paulista receba as doses da vacina Qdenga, fabricada pela farmacêutica Takeda.
A cidade não integra a lista de municípios prioritários, ou seja, aqueles com alta transmissão da doença e incidência do sorotipo 2 do vírus, que é para o qual a vacina apresentou maior eficácia. O primeiro ofício -enviado há uma semana- não foi respondido, segundo o secretário.
"Eu encaminhei um ofício na semana passada mostrando que São Paulo precisa disso, que a população de São Paulo não pode ficar à deriva no recebimento da vacina contra a dengue. É uma vacina importante, principalmente para os adolescentes. A cidade de São Paulo tem o maior número de adolescentes e eles precisam tomar a vacina", afirma Zamarco.
"O governo federal não pode virar as costas para o município de São Paulo", completa.
O prefeito Ricardo Nunes (MDB) chegou a pedir ao secretário para comprar a vacina do laboratório. Zamarco disse à reportagem que se reuniu com uma equipe da farmacêutica na semana passada, mas não houve acordo. Na ocasião, a Takeda disse que não poderia oferecer doses ao município de São Paulo sem oferecê-las primeiro ao Ministério da Saúde.
"Se sobrar alguma dose no estoque deles, primeiro vão oferecer ao ministério, sabendo do interesse do município de São Paulo. Caso o Ministério da Saúde não tenha interesse, eles poderão vender para o município", relata Zamarco.
A Qdenga foi recentemente incorporado ao PNI (Programa Nacional de Imunizações) e será aplicada a partir deste mês, segundo o Ministério da Saúde. No primeiro momento, a vacinação será destinada a crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, que têm maior taxa de hospitalização pelo vírus.
As doses serão disponibilizadas para mais de 500 municípios em 17 unidades da federação, segundo a pasta, com prioridade para regiões com alta transmissão da doença e incidência do sorotipo 2 do vírus. A expectativa do governo é vacinar cerca de 3,2 milhões de pessoas em 2024.
Segundo o último boletim epidemiológico divulgado pela secretaria, o município contabilizou 3.344 casos de dengue nos primeiros 30 dias de 2024.
Até a noite desta segunda-feira (5), 30 pessoas estavam internadas com a doença nos hospitais municipais, segundo o secretário. A cidade registrou quatro mortes suspeitas pela doença -uma foi descartada e três permanecem em investigação.
Nesta terça-feira, a secretaria abriu uma tenda para atender pessoas com sintomas de dengue. O equipamento foi instalado na UPA 26 de Agosto, em Itaquera, na zona leste de São Paulo, bairro com o maior número de casos.
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