SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Líderes partidários da Câmara Municipal de São Paulo decidiram nesta terça (6) adiar para depois do Carnaval a discussão sobre se deverá ser instaurada na Casa a CPI das ONGs, proposta pelo vereador Rubinho Nunes (União Brasil).
A comissão tem como alvo organizações que atuam na região da cracolândia e mira também a atuação do padre Júlio Lancellotti.
Rubinho reuniu quantidade de assinaturas suficiente para solicitar a instauração da CPI. A abertura da comissão, no entanto, deverá ser confirmada pelo plenário.
"Temos 45 novos pedidos de CPIs, e o Rubinho vem pleiteando a dele. Não quero atropelar os fatos", disse Milton Leite (União Brasil), presidente da Câmara Municipal.
Ao colocar em votação o adiamento do debate no colégio de líderes, Leite voltou a dizer que há denúncias de teor sexual contra Lacellotti. O padre sempre negou as acusações.
"Entendo que algumas [denúncias] são gravíssimas, tanto que tomei providências e mandei para o MP [Ministério Público], para a Arquidiocese. Não vou segurar nada sob pena de prevaricação", disse Leite.
Na sequência, Rubinho Nunes voltou a dizer ter reunido denúncias em seu gabinete e se comprometeu a apresentá-las para justificar a necessidade da CPI.
A Câmara tem, atualmente, três CPIs em andamento: Enel, Violência contra Mulher e Furtos de Fios e Cabos.
Na reunião de líderes desta terça, vereadores contrários à CPI das ONGs disseram que o foco da CPI das ONGs é, na verdade, a atuação do padre Júlio.
"Tem uma CPI para investigar ONG, instaura. Agora ficar falando do padre, fazendo ilações, é uma vergonha para a Câmara. Somos vereadores, não somos Conselho Tutelar, Ministério Público", disse o vereador Eliseu Gabriel (PSB).
Nesta segunda (5), a Arquidiocese afirmou ter tomado conhecimento de um "suposto novo fato de abuso sexual" envolvendo o padre e decidiu abrir uma investigação para buscar "a verdade".
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