OLINDA, PE (FOLHAPRESS) - Não poderia haver outro lugar para um encontro entre a rainha Elizabeth, Michael Jackson, Neymar, Rita Lee, Chacrinha e Mestre Yoda que não fosse o Carnaval de Olinda (PE). A tradicional Apoteose dos Bonecos Gigantes aconteceu na manhã desta segunda (12), reunindo cerca de 50 personagens que podem chegar a quatro metros de altura.
O bloco atrai os olhares curiosos de foliões locais e muitos turistas desde a concentração, que se inicia por volta das 9h, no Alto da Sé. Quem chega cedo consegue acompanhar todo o processo de preparação dos carnavalescos que carregam os bonecos gigantes.
Como José Gomes, que há dez anos vive o Carnaval e trabalha com bonecos. Hoje ele foi David Bowie, mas houve momento em que deu vida a Hulk, Ariano Suassuna ou Ana Maria Braga, por exemplo, já que há um revezamento entre os personagens.
"Eu amo Carnaval e trabalhar nessa época faz parte também. Sou de Olinda. E esse ano fiquei em terceiro colocado na corrida dos bonecos", conta enquanto, junto a um colega, ajuda um terceiro a se vestir de Alceu Valença.
Todos ficam alinhados na praça para o momento de tirar fotos e admirar os detalhes. Depois que os bonecos ganham vida, fica difícil de registrar com calma. Seguir o bloco por todo o percurso não é para amadores.
No caminho, é preciso desviar das quase inevitáveis mãozadas de Milei, Patati e Patatá, Marta e até Whindersson Nunes, além do encontro com outros blocos.
Do Alto da Sé, a orquestra de frevo e o desfile seguem literalmente ladeira abaixo pelas históricas ruas da Cidade Alta.
Ladeira da Misericórdia, rua do Amparo e outros pontos bem conhecidos dos foliões locais fazem parte do trajeto. Mais de uma hora depois, o grand finale no largo em frente à prefeitura de Olinda.
Se acompanhar a música e dançar junto, se deixando levar pelo fluxo do fervo e do frevo tudo fica mais fácil. A trilha sonora é de frevos clássicos e outros mais recentes. "Morena Tropicana", "Hino do Elefante", "Chuva de Sombrinhas", "Ciranda de Maluco" e "Vassourinhas". Canções tradicionais e atemporais para conduzir um dos maiores símbolos da cultura olindense.
A emoção é clara e partilhada por todos. Seguir os bonecos gigantes é um privilégio que só se encontra no Carnaval de rua de uma das cidades mais antigas do Brasil.
Com a sensação térmica em 37°C, apetrechos para aliviar o calorão eram comuns eram os foliões.
Lucicleide Nascimento trabalha todo Carnaval como vendedora ambulante, comercializando brinquedos. O campeão de vendas até agora são as pistolas de água.
"Vendi muitas desde sexta, sem comparação com os outros objetos! Todo mundo que passa aqui na frente pergunta sobre as pistolas. E eu também tenho achado esse Carnaval muito mais quente", diz.
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