OLINDA, PE (FOLHAPRESS) - Toda terça de Carnaval de manhã cedo na Cidade Alta é tempo de adiar a preparação do glitter, trocar as fantasias pelo pijama e continuar com o travesseiro. Há 30 anos o bloco A Corda se reúne às 7h para acordar as pessoas. A Corda sai entrando nas casas cantando, apitando e soltando o clássico grito de guerra: acoooorda!

Tudo nasceu -literalmente- de um sonho. Silas Ribeiro, fundador, sonhou que estava dormindo e um amigo entrava no quarto procurando por uma corda. Por isso o grupo segue todo o percurso segurando uma corda.

As reações das pessoas ao serem acordadas no susto do frevo são das mais diversas. Alguns já levantam pulando e cantado, enquanto outras no mínimo contrariadas de perder o sono.

Hoje em dia quem está a frente do bloco é Ramon Andrade, filho de Silas. "Para mim o bloco é continuidade do que meu pai criou e de seu amor pelo Carnaval. A festa de Olinda tem muito essa energia familiar, de transmitir o gosto de pais para filhos, de contagiar a paixão pelo melhor Carnaval do mundo. Existe uma diferença entre ser folião e carnavalesco. Fui folião por muito anos e agora me tornando carnavalesco. E minha paixão pelo Carnaval só faz aumentar", conta.

Um dos grandes diferenciais do A Corda é que ele começa com pouquíssimos foliões e vai crescendo ao longo do percurso. Às 9h30, quando o bloco termina dezenas de pessoas estão curtindo o Carnaval, muitas delas do jeito mesmo que estavam em casa.

Há quem faça questão de chegar pontualmente às 7h e seguir o caminho todo, como a técnica de enfermagem Alexsandra Guedes. "Faz 15 anos que participo e faço questão disso. Minhas pantufas estão gastas até já. Não tem ressaca certa que me faça desistir do A Corda", celebra a foliã, vestida a caráter: pijama, robe e almofada.


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