RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - A Riotur ampliou o número de ambulantes credenciados para vender no Carnaval mais famoso do mundo. De 10 mil vagas em 2023 para 15 mil em 2024, o salto de 50% foi fruto de demandas públicas por parte de uma massa de camelôs que se sentiram preteridos no ano passado.

O aumento de vendedores, contudo reflete também uma maior concorrência na venda de bebidas e com isso o lucro individual tem chances de diminuir, uma vez que os preços se mantêm iguais para todos mudando a posição estratégica do vendedor dentro do bloco.

Tamara Peixoto, 26, é uma das ambulantes a sentir no bolso a dualidade da ampliação de vagas de credenciamento. De um lado, ela fica feliz pela ampliação de oportunidades, por outro, encontra dificuldades em competir com os colegas.

"Eu tô grávida de 8 meses. É muito difícil me locomover pela multidão, ninguém respeita, ninguém liga", reclama ela, que vende junto ao irmão Thalyson Peixoto, 24.

Ela reconhece como muito positivo o avanço da infraestrutura do carnaval num todo. Menos brigas, menos assedio, menos roubos e mais colegas trabalhando.

Todavia, a gravidez realmente afeta a capacidade de locomoção. "Como os preços são iguais, o que afeta a venda é onde você se posiciona, e eu não posso me mexer muito. Chegar aqui foi muito difícil."


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