SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Fora do desfile das campeãs no ano em que homenageou Alcione, cantora que faz parte da história da escola, a Mangueira anunciou nesta quarta-feira (14) a saída de seus dois carnavalescos, Guilherme Estevão e Annik Salmon.

Em um comunicado curto, a agremiação agradeceu aos dois, informou o encerramento do ciclo e desejou sucesso nos próximos passos da dupla.

Na apuração, a Mangueira empatou com a Vila Isabel: as duas fizeram 268,8 pontos. No quesito desempate (fantasias), no entanto, a Vila fez 29,9 pontos e a Mangueira 29,7. Dessa forma, Vila Isabel ficou na sexta colocação e a verde e rosa na sétima no Carnaval do Rio de Janeiro.

Apenas as seis primeiras colocadas voltam a desfilar no sábado (17), com ingressos já esgotados para o sambódromo da Marquês de Sapucaí.

Este ano a Unidos do Viradouro conquistou o seu terceiro título de campeã.

Em texto de despedida, Guilherme Estevão pediu desculpas aos mangueirenses. "Estou desolado por não ter sido suficiente, por não ter conseguido evitar coisas que estavam para além das minhas forças e planos", disse.

Ele afirmou que desafiou os próprios limites físicos e mentais e agradeceu a todos os segmentos da escola, citando a presidente, Guanayra Firmino.

"Não teve um único dia em que acordei buscando fazer outra coisa que não fosse o mangueirense ser feliz. Me entreguei de corpo e alma".

Estevão e Annik estavam na Mangueira desde 2022. Ela também escreveu um texto de despedida em que agradeceu aos torcedores, a todos os segmentos da escola e à presidente.

"Foram dois anos intensos de muito amor, comprometimento e dedicação", afirmou.

Além dos dois carnavalescos, Sthefanye Paz também deixa a Mangueira após o resultado da apuração. Doutoranda em antropologia, ela foi a pesquisadora responsável pelo desenvolvimento dos enredos nos últimos dois anos.

Sthefanye começou na escola como voluntária, passou pelo almoxarifado, setor de adereços de carros alegóricos e ateliês de fantasia.

"Cresci aprendendo a reverenciar este pavilhão e toda suntuosidade desta agremiação, paixão de milhões e entidade tão importante da cultura popular brasileira", disse na despedida. "Tenho plena consciência que cumpri meu papel com muito empenho para atingir os objetivos".

A Mangueira tem tradição em conquistar o campeonato quando faz homenagens a grandes artistas. Foi assim com Braguinha (1984), Dorival Caymmi (1986), Chico Buarque (1998) e Maria Bethânia (2016), mas falhou na vez de Alcione, uma das fundadoras da escola mirim Mangueira do Amanhã e presença constante nos desfiles da verde e rosa.

Aos 76 anos, a cantora maranhense comemora cinco décadas de carreira. Na Sapucaí, foi homenageada com o enredo "A negra voz do amanhã" e contou com a presença de familiares e amigos no desfile, inclusive a cantora Maria Bethânia.

"Não ficaria de fora desta homenagem a minha amiga", disse Bethânia.


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