BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O ministro Ricardo Lewandowski (Justiça e Segurança Pública) irá a Mossoró (RN) na manhã deste domingo (18) para acompanhar as buscas por dois detentos que fugiram da penitenciária federal na cidade.
Lewandowski, que passa por sua primeira grande crise menos de um mês após ter assumido o ministério, sairá às 7h de Brasília e estará acompanhado do diretor-geral em exercício da Polícia Federal, Gustavo Souza.
Na última quinta-feira (15), o ministro teve que convocar uma entrevista coletiva para apresentar esclarecimentos a respeito da fuga. Na ocasião, elencou falhas do presídio e anunciou medidas mais rígidas de controle das unidades prisionais.
Em Mossoró, ele deve se reunir com os chefes das equipes de buscas. Segundo o Ministério da Justiça, há 300 agentes mobilizados na recaptura dos detentos, entre eles policiais federais, policiais rodoviários federais e policiais estaduais.
A fuga, fato inédito em presídios federais, ocorreu na passagem de terça (13) para quarta-feira (14). Os agentes da penitenciária só detectaram a ausência dos presos na manhã de quarta, quando as buscas começaram.
Os fugitivos foram identificados como Rogério da Silva Mendonça, 36, conhecido como Tatu, e Deibson Cabral Nascimento, 34, chamado de Deisinho. Segundo as investigações, eles são ligados ao Comando Vermelho.
Na noite desta sexta-feira (16), os dois detentos fizeram uma família refém em Mossoró e levaram dois celulares e carregadores. Na casa dos reféns, eles se alimentaram e fugiram novamente cerca de quatro horas depois com mantimentos.
A fuga provocou uma crise no governo e causou medo na população local. O juiz federal Walter Nunes, corregedor do Penitenciária Federal de Mossoró, disse à Folha que "sem dúvidas" esse foi o episódio mais grave da história dos presídios de segurança máxima do país.
Os dois presos estavam em RDD (Regime Disciplinar Diferenciado), onde as regras são mais rígidas que as do regime fechado. Nesse tipo de ala há um local para o banho de sol para que os detentos não tenham contato com outros presos.
O Ministério da Justiça afirma que há duas investigações em curso a respeito da fuga. Uma delas, que é de caráter administrativo e apura quem são os responsáveis pela fuga, pode render um processo administrativo.
Já a Polícia Federal investiga eventuais responsabilidades criminais de quem teria facilitado a fuga dos dois detentos.
Após a fuga, o ministério tem tentado aumentar o efetivo no quadro de policiais penais federais. Na sexta-feira (16), a pasta encaminhou um ofício ao Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos solicitando autorização para a convocação de pessoas aprovadas em concurso público ao cargo.
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