SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - A Polícia Civil do Rio faz nesta quarta-feira (28) uma operação contra lavagem de dinheiro de uma milícia
São 21 mandados de busca e apreensão nos bairros Barra da Tijuca, Recreio dos Bandeirantes, Campo Grande e Santa Cruz, além do município de Seropédica. Os endereços são ligados a nove pessoas físicas e sete jurídicas.
A milícia explora territórios na zona oeste do Rio, segundo a investigação. O grupo criminoso movimentou cerca de R$ 135 milhões entre 2017 e 2023.
A Justiça autorizou a interdição de empresas suspeitas de envolvimento com a milícia e o bloqueio de bens. A operação de hoje ocorre em parceria com o Gaeco, do Ministério Público. O nome do grupo investigado não foi divulgado.
QUEM É ZINHO?
O comando da maior milícia do Rio passou para as mãos de Zinho após morte de seu irmão Wellington da Silva Braga, o Ecko. Desde 2021, Zinho trava uma sangrenta disputa com outros grupos paramilitares, que tentam controlar a organização criminosa. Antes, ele era apontado como o responsável por gerenciar as finanças do grupo, segundo a Polícia Civil.
As investigações apontam que o miliciano era hábil com as contas. Antes de ascender à chefia do grupo, era ele quem contabilizava e lavava o dinheiro originado por atividades ilícitas, incluindo a venda clandestina de sinais de TV a cabo, de gás e de licenças para serviços de transporte.
Em setembro de 2023, Zinho foi um dos denunciados pelo Ministério Público. Ele foi acusado pela morte do ex-vereador Jerônimo Guimarães Filho, o Jerominho, e de um amigo dele. Jerominho teria sido morto após tentar retomar o comando da milícia, que foi fundada por ele.
Em outubro, a advogada do miliciano, Leonella Vieira, negou as acusações contra ele. Segundo ela, Zinho é vítima de "deduções" do Ministério Público, oriundas do parentesco dele com o ex-chefe da milícia, Ecko.
Sobrinho de Zinho foi morto no fim de outubro. Matheus da Silva Rezende, o Faustão, era número dois da organização (conhecida como "Família Braga" ou "Bonde do Zinho"), e morreu durante troca de tiros com a Polícia Civil em Santa Cruz, também no Rio.
Zinho se entregou à PF em 24 de dezembro por medo de ser executado. Ele estava foragido desde 2018.
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