SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), defendeu a 'Operação Verão' da PM, na Baixada Santista. Com 38 mortes desde o início do mês, a operação é a mais letal de São Paulo desde o massacre do Carandiru.
Tarcísio disse que governo "não quer o confronto". No entanto, garantiu que a polícia está preparada para enfrentar criminosos.
"Interessa para nós prender, porque um criminoso preso, é uma fonte de informação. [...] O combate, infelizmente, é um combate duro", disse, enquanto acompanhava a chegada do tatuzão nas obras de extensão da Linha 2-Verde do Metrô, no local da futura estação Vila Formosa.
"A gente não quer o confronto. Mas a polícia está preparada para o confronto. E quem confrontar, vai se dar mal", disse Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo.
Governador disse confiar no trabalho da PM. Questionado sobre denúncias de violação de direitos humanos e falhas da PM, Tarcísio disse que "as pessoas daquela comunidade são pressionadas pelo próprio tráfico de drogas para dizer isso ou aquilo".
Combate ao crime organizado: "A gente está travando um combate contra o crime organizado, que tomou espaços do nosso território. Esse combate é duro, esse combate é difícil. É um combate que está sendo orientado por inteligência", garantiu.
"Seria muito fácil para nós ver o que está acontecendo: traficantes armados de fuzil, armados de pistola, e dizer 'não vou combater' porque isso, de repente, gera uma repercussão negativa na mídia. Tem uma pressão da imprensa e não quero essa pressão. E muitos fizeram isso no passado. Nós resolvemos: eu vou combater porque nós queremos devolver os espaços para o cidadão", jsutificou.
CÁPSULAS DE FUZIL E SANGUE
"Cheiro de morte e chacina", dizem moradores. Na cena do crime, moradores do Jardim Rio Branco, bairro humilde de São Vicente, dizem que há "cheiro de morte" no local onde ocorreu a ação policial. "O que a PM fez aqui foi uma chacina"", disse um deles.
Vestígios em cena do crime. O UOL percorreu o trecho de 150 m em uma área de mangue de vegetação fechada no Jardim Rio Branco. Ali, a reportagem encontrou ao menos 15 cápsulas de fuzil, pegadas possivelmente deixadas pelos policiais militares que participaram da ação e luvas.
Rastro de sangue. A reportagem também encontrou dois locais com sangue misturado na areia onde as vítimas caíram após serem baleadas.
Ponto do tráfico. Os mortos na ação da PM são apontados como suspeitos de vender drogas logo na entrada dessa área. A região fica a um quarteirão da rua Dezenove, uma das principais do bairro, asfaltada e composta por casas simples. Embora reconheçam a existência do tráfico ali, moradores dizem que nunca viram pessoas armadas ou tiroteios.
Alerta e fuga. Moradores relatam que um olheiro do tráfico percebeu a aproximação das viaturas da PM e deu um grito de alerta para os suspeitos, que fugiram. "Molhou", teria dito ele, que em seguida correu para não ser também alvo da ação policial.
Ambiente de medo. O UOL encontrou um cenário de medo e ouviu relatos dos próprios moradores, que não quiseram se identificar com receio de que pudessem ser perseguidos depois pela própria polícia.
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