RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - A família de um padeiro afirma que ele foi baleado e morto na operação da Polícia Militar no Complexo da Maré, zona norte do Rio de Janeiro, na manhã desta quarta-feira (6).

De acordo com os parentes, Michael Schumacher Domingos Cabral, 29, estava a caminho do trabalho, por volta das 4h30, quando começou um tiroteio e ele foi atingido.

Ainda segundo os relatos, o jovem foi socorrido pelos próprios moradores que o levaram para a Unidade de Pronto Atendimento da Maré, mas já estava morto quando chegou no local. O corpo dele foi encaminhado para o Instituto Médico Legal, no centro do Rio.

A Polícia Militar disse que os agentes foram informados sobre a morte do homem após a entrada dele no IML. A corporação afirmou ainda que a apuração do caso está a cargo da Polícia Civil e que colabora com a investigação.

Procurada, a Polícia Civil não respondeu até a publicação deste texto.

Michael era paraibano, e morava no Rio desde os 15 anos. A família disse que vai levar o corpo para ser enterrado na Paraíba.

Moradores relataram intenso tiroteio durante a ação da Polícia Militar no conjunto de favelas nesta quarta.

A corporação afirma que a equipe foi atacada durante a operação e que houve confronto. Um suspeito de envolvimento com o tráfico foi baleado e levado para o hospital, segundo a PM. Imagens que circulam nas redes sociais mostram o homem sendo colocado dentro de um blindado da corporação.

Ainda durante a operação, um homem apontado como chefe do tráfico de drogas em Minas Gerais foi preso, na Vila do João, dentro do complexo. De acordo com a polícia, o homem ainda não tem advogado.

Na ação foram apreendidos um fuzil, telefones e drogas.

Nesta quarta, a Polícia Militar atuou também em outras localidades da zona oeste da cidade, onde mais tiroteios foram registrados.

Na Cidade de Deus, barricadas foram incendiadas quando equipes do batalhão de Jacarepaguá entraram na comunidade. Cinco homens foram presos, de acordo com a polícia, todos suspeitos.

Também houve registro de tiros durante a ação da PM nas comunidades Vila Aliança e Vila Kennedy, mas a operação terminou sem saldo, segundo a corporação.

As ações, de acordo com a Polícia Militar, visavam reprimir a facção criminosa que está diretamente ligada às disputas territoriais e conflitos armados em diferentes pontos do Rio.

SAÚDE E EDUCAÇÃO AFETADAS

De acordo com a Secretaria Municipal de Educação, 41 unidades escolares na região da Maré foram impactadas pelas operações policiais, afetando 13.799 alunos.

Atendimentos de saúde também foram prejudicados. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, as clínicas da família Adib Jatene e Augusto Boal, bem como o Centro Municipal de Saúde Vila do João, "acionaram o protocolo de acesso mais seguro e, para segurança de profissionais e usuários, suspenderam o funcionamento na manhã desta quarta-feira".

O mesmo foi feito nas clínicas da família Lourival Francisco de Oliveira e José Neves, na Cidade de Deus.

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