SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A chuva, que voltou a alagar ruas e avenidas de São Paulo nesta sexta-feira (8), também foi uma das responsáveis pelo maior congestionamento do ano na cidade.
Segundo a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), às 19h foi registrada a marca de 1.232 km de lentidão na capital paulista.
O maior engarrafamento em 2024 no município havia sido registrado no último dia 21 de fevereiro, com 1.069 km, também às 19h, em dia que igualmente choveu.
O índice, analisado pela CET em parceria com o Waze, considera dados nos 20 mil km de ruas e avenidas da capital.
A chuva deixou a cidade em estado de atenção para alagamentos no meio da tarde. O alerta foi dado pelo CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas), da Prefeitura de São Paulo, e foi encerrado por volta das 17h15, com a diminuição das chuvas pela cidade. Mesmo assim, o trânsito continuou até o início da noite.
As áreas de chuva vindas do interior, formadas pelo calor e a alta umidade na atmosfera, começaram a atuar nas zonas norte e leste da capital paulista. E o maior volume de precipitação foi medido pela estação meteorológica do CGE na Vila Maria/Vila Guilherme, com 51,6 mm até 16h.
Na sequência, vieram Ipiranga, com 26 mm; Aricanduva/Vila Formosa, com 25 mm; Vila Mariana, com 24,6 mm; e Penha, com 24 mm.
Até as 17h15, o CGE registrou 21 pontos de alagamentos na cidade, 11 deles intransitáveis. Às 17h30, 16 pontos ainda estavam ativos, nove deles intransitáveis em Itaquera, Aricanduva/Vila Formosa, Mooca, Vila Prudente, Campo Limpo, Santo Amaro e Ipiranga.
Há potencial para alagamentos, rajadas de vento e transbordamentos. As próximas horas, até o início da noite, há potencial para chuvas isoladas, variando de intensidade em todas as regiões da Grande São Paulo.
Na rua Manoel Dutra, na Bela Vista, região central, com menos de cinco minutos de chuva um trecho voltou a alagar, sem que carros e pedestres pudessem passar.
A via, que sempre enche em dias de chuva, começa na avenida Nove de Julho e corta dois dos terrenos desapropriados pelo consórcio Linha Uni para construção da futura estação 14 Bis, da linha 6-laranja do metrô, onde alaga.
Do outro lado da avenida, na última terça-feira (6) um carro caiu em um outro terreno da futura estação, após a calçada da rua Paim ruir.
Em nota, o consórcio responsável pela construção da linha, disse que não há relação entre os alagamentos e as obras da linha 6.
"A região possui histórico de constantes alagamentos e, devido às chuvas, o canteiro da futura estação 14 Bis, assim como as ruas do entorno, também é afetado pelo grande volume de água acumulado."
Também em nota, a prefeitura disse que a Manoel Dutra está localizada em uma bacia hidrográfica que recebe águas de chuvas de outras áreas.
"Para minimizar os impactos e reforçar o sistema de drenagem da região, a Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana e Obras trabalha em uma série de ações previstas no Caderno de Drenagem do Anhangabaú, lançado em 2021, em parceria com a Fundação Centro Tecnológico de Hidráulica [FCTH], da Universidade de São Paulo [USP]", diz.
Além da construção de quatro piscinões na região, o documento, diz a gestão Ricardo Nunes (MDB), prevê a implantação da praça de infiltração da avenida Nove de Julho, com 26.500 m².
Segundo a administração municipal, entre às 14h48 até por volta de 15h30 houve o acumulando de 24 mm de média de chuva nesta região. No mês, o centro paulistano já acumulou 97,6 mm.
A chuva também provocou problemas no aeroporto de Congonhas, na zona sul paulista. Segundo a concessionária Aena Brasil, o local opera por instrumentos por causa das condições meteorológicas.
Por decisão das companhias aéreas houve cinco voos alternados para outros aeroportos e 12 cancelamentos até às 18h50.
A manhã desta sexta terminou com céu nublado, sem chuvas e com temperaturas em elevação na cidade. Conforme as estações meteorológicas automáticas do CGE, os termômetros marcavam 28°C em média. A máxima pode chegar aos 29°C.
O litoral paulista também sofre com o alto volume de chuvas nos últimos dias. Ubatuba, por exemplo, decretou estado de emergência nesta sexta por ter chovido 344 m em 72 horas, deixando uma comunidade isolada após uma ponte ser destruída.
Esses dois cenários, na capital e no litoral, mudam pouco no fim de semana. Tanto no sábado (9) quanto no domingo (10) haverá calor e ar úmido na atmosfera, ingredientes fundamentais para a formação de nuvens carregadas. Assim, a previsão é de pancadas de chuva moderada a forte entre o meio da tarde e o início da noite, com potencial para a formação de alagamentos, quedas de árvores e elevação das cotas de rios e córregos da capital e região metropolitana. As temperaturas variam entre a mínima de 20°C na madrugada e a máxima de 30°C à tarde.
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