RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - Um homem manteve 17 pessoas como reféns dentro de um ônibus na Rodoviária do Rio de Janeiro, no centro da capital, após balear duas pessoas. Após negociação, ele se entregou aos policiais militares. O veículo ia em direção a Minas Gerais.
De acordo com a corporação, duas pessoas foram atingidas por arma de fogo. Uma delas, um homem de 34 anos, está em estado grave, passando por cirurgia, de acordo com o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz.
"O tomador de reféns está preso, todos os reféns estão libertados, seguros", disse o afirmou o porta-voz da corporação, coronel Marco Andrade, às 17h57. Ainda não há informação da identidade e da motivação do suspeito.
A informação inicial era de que havia 18 reféns, mas o quantitativo foi alterado para 15. Depois, a PM informou serem 17 as pessoas mantidas no ônibus. O criminoso ainda não fez exigências, segundo a PM. A corporação afirmou haver crianças e idosos dentro do veículo.
De acordo com a PM, as duas pessoas baleadas foram alvejadas fora do ônibus. Um foi atingido por três tiros e outra vítima, por estilhaços. A dinâmica da ocorrência ainda está sendo esclarecida pela polícia.
"Equipes do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) atuam nas negociações. Policiais do Batalhão de Policiamento em Áreas Turísticas (BPTur), do 4º BPM (São Cristóvão) e do 5º BPM (Praça da Harmonia) intensificam o policiamento no perímetro", disse a PM.
A assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Saúde afirmou que um homem de 34 anos está em estado grave no Hospital Souza Aguiar, em cirurgia. Segundo o secretário Daniel Soranz, ele já recebeu seis bolsas de sangue e sofreu perfurações no tórax e no abdómen.
A rodoviária serve como base para viagens intermunicipais a partir do Rio de Janeiro. Ela fica na entrada do viaduto do Gasômetro, acesso para a ponte Rio-Niterói e a avenida Brasil.
A assessoria de imprensa da Rodoviária Novo Rio afirmou que a ocorrência se deu na plataforma central. "A referida área já foi isolada para proteção de todos os passageiros. As operações foram suspensas por determinação da autoridade policial."
De acordo com a concessionária, passageiros que tiveram suas viagens canceladas devem procurar as companhias de ônibus para remarcação sem custo.
O Rio de Janeiro viveu situação semelhante em 2019, quando um sequestrador manteve 39 pessoas reféns durante quatro horas num ônibus na ponte Rio-Niterói. O criminoso, identificado como Willian Augusto da Silva, 20, foi morto por um atirador de elite ao descer do veículo.
O caso ficou marcado pela tentativa de uso político do episódio pelo ex-governador Wilson Witzel. Ele desceu de helicóptero na ponte e celebrou a morte do sequestrador, sendo filmado por um secretário.
Em 2009, um atirador também matou um sequestrador que mantinha uma refém em Vila Isabel (zona norte). Ele foi alvejado após uma hora de negociação, enquanto submetia uma mulher sob ameaça de uma granada.
A ação também foi alvo de exploração política. O coronel João Jacques Busnello, atirador da PM no caso, tentou, sem sucesso, ser eleito a uma cadeira na Assembleia Legislativa.
A PM passou a capacitar seus agentes para atuação em sequestros após a trágica atuação da corporação no caso do ônibus 174.
Dez reféns ficaram em poder de Sandro Barbosa do Nascimento, 21, por mais de quatro horas no Jardim Botânico. Quando o sequestrador deixou o veículo, um soldado da PM se aproximou e disparou. Nascimento, então, deu três tiros e matou a refém Geísa Gonçalves, 20. Capturado ileso, o sequestrador foi asfixiado e morto por PMs.
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