CURITIBA, PR, RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - A Polícia Federal prendeu nesta sexta-feira (29), em Belém (PA), o estudante de Medicina André Rodrigues, que é suspeito de ter feito provas do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) no lugar de pelo menos outras duas pessoas.

O suspeito está matriculado na Uepa (Universidade Estadual do Pará) em Marabá (PA) e as outras duas pessoas também foram aprovadas para o curso de Medicina na mesma instituição, com base nas notas do Enem obtidas por Rodrigues, segundo os investigadores.

A Folha tentou contato neste sábado (30) com a defesa de Rodrigues por meio de ligações telefônicas, mensagens e email, mas não recebeu resposta até a publicação desta reportagem.

A prisão ocorre na esteira da Operação Passe Livre, deflagrada pela PF dia 16 de fevereiro em Marabá. Naquela data, foram cumpridos três mandados de busca e apreensão, mas ninguém havia sido preso.

Segundo a PF, o estudante de medicina estava na casa de parentes quando foi alvo de um mandado de prisão preventiva no início da tarde de sexta.

Ele é suspeito de ter sido aprovado no Enem nos anos de 2022 e 2023 se passando por outras duas pessoas. Com base nas notas do Enem, os dois candidatos foram aprovados em Medicina na Uepa em Marabá, mesmo sem terem feito a prova. Os nomes deles não foram divulgados pelas autoridades.

Perícia da Polícia Federal constatou que as assinaturas nos cartões de resposta e as redações não foram feitas pelos inscritos no Enem.

A Uepa informou em nota que abriu em 4 de março um processo disciplinar interno sobre o caso e que os investigados estão suspensos das atividades acadêmicas "para garantir transparência da apuração".

O estudante que fez as provas do Enem está sendo investigado por falsidade ideológica e uso de documento falso, além de estelionato com causa de aumento de pena por ter sido praticado contra autarquia. O Enem é de responsabilidade do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), autarquia vinculada ao MEC (Ministério da Educação).

A PF acrescentou que as investigações seguem em andamento, "também para descobrir se existem outros aprovados irregularmente por meio do esquema criminoso".


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