Cristo era pisciano?
O Cristo e a astrologia


Especial Semana Santa

O Cristo sob a luz da astrologia. O tema, fascinante sob todos os aspectos e quase sacrílego por envolver assunto condenado de forma veemente pelas igrejas cristãs, no entanto tem sido objeto das mais diferentes versões, todas buscando conhecer a figura histórica e a “imagem humana” do filho de Deus, sob a ótica de um estudo que, não provado cientificamente, desperta interesse em grande parte das pessoas: o mapa astral de nascimento de Homem de Nazaré.

 

O Cristo de Peixes

Uma das primeiras impressões que dominam os pensamentos dos que conhecem astrologia, é de que o Nazareno é nativo do signo de Peixes e alguns estudiosos chegam mesmo a apontar o dia 6 de março a data mais próxima de seu nascimento.

As razões para essa crença, sem qualquer base histórica, se prende ao simbolismo do próprio signo de Peixes, aproximado de tudo o que pregou o criador do Cristianismo e sua forma de ser e agir. Compassivo, generoso, preocupado com as misérias e carências do mundo, místico e com dons psíquicos que ultrapassavam todos os limites do conhecimento em sua época, Yesus bem Youssef – nome judeu do filho de José, o Carpinteiro, marcou sua vida por todas as características do pisciano.O uso pelos primeiros cristãos do peixe como seu símbolo místico e até mesmo o milagre da distribuição dos peixes aos famintos, fazem da lenda uma base histórica que coloca Jesus entre os nativos do signo.

Mas, os dados que foram recuperados pelos mais acurados estudos de historiados e teólogos, nada parece indicar o caráter pisciano do pregador da Galiléia. A data, 6 de março, envolve características mágicas e místicas ligadas à cabala, base dos estudos hebraicos do misticismo.

Outros pesquisadores, no entanto, apontam para datas diferentes para o nascimento de Cristo. Veja mais:

Jesus, um nativo de Virgem

Os primeiro estudos nesse campo se desenvolveram na Áustria e foram objeto de extensa matéria publicada pelo pesquisador Edwin Surbeck, na revista “Esotera”, da Alemanha. Tais estudos, apesar de tornados públicos em Berlim, se basearam nas pesquisas astronômicas e astrológicas realizadas pelo progfessor Heinz Sandauer que acabou por escrever um livro denominado “A História dirigida pelas estrelas” onde traça um horóscopo do nascimento de Cristo e que provocou os mais acirrados debates na Sociedade Astrológica de Viena, da qual o professor austríaco era vice-presidente.

Por estes estudos, o nascimento de Cristo e seu mapa astral foi determinado pela análise de trânsitos planetários que justificassem a configuração céu como descrito na Bíblia. Em síntese, o artigo de Surbeck e o livro de Sandauer, nos dizem o seguinte:

“A aglomeração extraordinária de planetas na Casa VI - a casa dos deveres e responsabilidades, do trabalho árduo - é para os astrólogos uma configuração típica, mostrando que o dono do mapa astral, literal e figurativamente, ‘carregou a sua cruz’. Essa característica marcante de jesus cristo é, de acordo com o autor deste artigo, a chave para encontrar a data exata de seu nascimento.

Acontecimentos históricos e uma constelação astronômica fora do comum, dão mais possibilidades de poder conhecer o dia, hora e o ano em que Jesus nasceu. É fato que os textos da Bíblia não nos fornecem dados exatos do nascimento de Cristo, o que fez muitos pesquisadores, intrigados, começarem a pesquisar por si próprios. Porém, nenhum deles conseguiu até agora determinar com exatidão a data do nascimento de Jesus de Nazaré, sem deixar dúvidas.

Em quase todas as pesquisas, descobrimos que a aproximação, relativamente rara, dos planetas Júpiter e Saturno, o primeiro ocupando o signo de Aquário e o segundo o de Peixes, teve um papel decisivo. Muitos especialistas acham que essa grande conjunção ocorrida  no ano 7 a. C. é o que conhecemos como a Estrela de Belém.
Outras especulações que ligam Júpiter, Vênus e a estrela fixa Regulus com o nascimento de Jesus Cristo foram rejeitadas de modo bastante incisivo pelo dr. Konradin Ferrari D ‘Occhieppo, de Innsbruck, na Áustria.

Como sabemos hoje, os astrônomos babilônicos anotaram o percurso dos planetas até o primeiro século da era cristã. Também sabemos que Júpiter como planeta é a divindidade masculina mais elevada, que Saturno representava o povo hebraico e que a metade do signo de Peixes representava astrológica e geograficamente a Palestina.

Era óbvio que os sábios que vieram do oriente tinham conhecimento de que o ajuntamento desses dois planetas indicava o nascimento de um rei muito importante. Quando eles partiram já sabiam que seu destino era Jerusalém: Herodes então mandou-os a Belém, baseado numa profecia feita por seus videntes-astrólogos.

O mapa astral de Cristo elaborado pelo professor Sandauer , fundamentando-se nessas pesquisas revela um horóscopo exato de Cristo e faz algumas observações interessantes. Diz ele que o Nazareno nasceu no dia 17 de setembro do ano 7a . C. e, apontando o fato do Sol encontrar-se no 22º grau do signo de Virgem, mostra que Jesus não nasceu de uma virgem, mas, astrologicamente, no signo zodiacal de Virgem.

De acordo com o professor austríaco, Jesus nasceu às 18 horas pois, de acordo com o evangelho arábico, que trata da infância de Cristo, diz que “ ...José, antes do por do sol, procurou uma parteira e que de noite, a mulher veio ajudar Maria, apenas para constatar que a criança já estava nos braços da mãe, mamando...”

Por esses estudos, Cristo seria um virgiano, o signo que nos diz da sensibilidade, da sobriedade, do escrúpulo, da observação, da classificação e do celibato, dons que se encontram de forma notável na pregação do Homem de Nazaré. Na astrologia mundana, é o signo da colheita, quando os grãos já foram ceifados e a natureza se prepara para o recomeço. Tem ele capacidade de observação e análise. É pouco expansivo mas quando se abre, mostra-se afetuoso, com gestos delicados e pouco comuns. O virgiano típico se realiza servindo. 

Um Cristo nativo de Leão

O outro estudo, ainda mais curioso que este realizado na Áustria, surgiu com a publicação de um verdadeiro best-seller em matéria de reconstituição histórica da vida de Jesus. O escritor espanhol J. J. Benitez, autor de “Operação Cavalo de Tróia”, usando como base uma hipotética viagem no tempo, reproduz pesquisas históricas impressionantes para chegar à conclusão de que Jesus, tendo nascido em 7 a. C., na verdade, era leonino e que seu mapa astral mostra isso de forma notável.

No volume 4, de sua extensa obra, Benitez traz esse mapa com a descrição completa das características de Cristo como nativo do signo de leão. Diz ele:

“Horóscopo natal de Jesus de Nazaré -  Belém (Judéia) 21 de agosto do ano menos 7. Hora local (refere-se à do nascimento) 11 horas, 43 minutos e 9 segundos. Dados gerais: longitude 35ºE12º, latitude 31ºN43º, casas Placidus, Geocêntrico, Tropical. Hora universal (Greenwich) 9 horas, 22 minutos e 21 segundos. Hora sideral: 9 horas, 33 minutos e 7 segundos. Casas:  Casa 1 - Ascendente - Escorpião (15º 25’).  Casa II Sagitário (14º 49’) - Casa III  - Capricórnio (17º 06’). Casa IV - Aquário (Céu baixo - (21º 06’). Casa V - Peixes (23º 32’). Casa VI - Áries (21º 40’). Casa VII - Touro - descendente (15º 25’). Casa VIII - Gêmeos (14º 49’). Casa IX - Câncer (17º 06’). Casa X - Leão - Meio do Céu (21º 06’). Casa XI - Virgem (23º 32’) e Casa XII - Libra (21º 40’)  .

 Esse informe, mais que uma carta astral para a pessoa de Jesus, deve ser considerado uma representação simbólica de sua relação com o mundo. Através do signo de escorpião - que guarda o mistério da ressurreição - fala-nos de sua missão na Terra, deixando  uma “mensagem escrita” em simbologia astrológica. Ainda assim, pode ser estudado também como um ser humano.

A análise da carta astral do seu nascimento nos surpreende pela posição de todos os planetas - a exceção de Saturno e dos exteriores - em suas casas. Isso é excepcional. Indica que Jesus representa todas as forças cósmicas em equilíbrio: o homem perfeito, o Homem-Deus.

Saturno e Urano não aparecem em suas casas. Acham-se em Peixes: fato altamente significativo pois se trata do signo místico por excelência. O peixe, seu símbolo, será utilizado posteriormente pelos cristãos. Nessa carta, domina o elemento água. O homem de água vive no nível psíquico. Sente-se como um estrangeiro no mundo da realidade. Sempre acaba afastando-se do material.

A influência deste elemento proporciona um alto grau de sensibilidade. O nativo sente a necessidade de viver intensamente. Escorpião, signo ascendente, domina a sua carta. Além de representar o povo hebreu é o símbolo da morte voluntariamente assumida que permitirá renascer em um Amor Superior que transcende aos sentidos físicos. Plutão, regente de escorpião assume a regência desta carta. Está melhor situado e mais forte do que marte, o outro regente do signo. . Plutão representa a transformação e é comparado a uma força ou poder invisível. Sua influência facilita a revelação dos poderes do subconsciente. Põe a disposição do nativo meios para promover e despertar nas massas o tipo de sensibilidade que desejar. Influi sobre a consciência coletiva.

O signo do Sol é Leão que representa o princípio da vontade, a manifestação da vida, o “eu”. O homem de Leão, altamente evoluído, emana uma aura de positividade que, ao seu redor, os sofrimentos são esquecidos. É otimista e crê firmemente no bem. O Sol aparece também como planeta dominante em sua carta. É o símbolo vivo do infinito, do divino, do criador, da luz, do espírito organizador do Universo, do sublime e da liberdade, em contraste com o destino que personifica Saturno.  É a individualidade, o Eu em contraposição à personalidade que simboliza a Lua. O Sol representa o gênio criador, proporciona sentimentos profundos e estáveis, critérios firmes, persuasão e grande vontade.

No plano físico é um indivíduo de enorme fortaleza física já que Plutão, seu regente, o dota de enorme poder para resistir à dor. O signo do Sol, Leão, clareia a cor negra do cabelo, proporcionada por Plutão, assim como a dos olhos. Seus olhos são da cor de mel. Rosto de fronte ampla e tez clara. Expressão profunda, que irradia grande segurança. Corpo bem proporcionado. Estatura elevada e ampla capacidade torácica. De atitude decidida e manifestações masculinas poderosas...”

Da análise de J. J. Benitez surge um Cristo bem típico de Leão, o signo do domínio e do poder, da bondade e da generosidade, aliados a um caráter que marca sua passagem pelo dom da profecia. O curioso na análise é o fato de ter o cristo o seu mapa na exata reprodução da posição dos planetas cada um em seu signo natal, sem discrepâncias. Isso é fenômeno que não se registra na história da espécie humana, mas que é comprovado com a montagem do mapa astral por ele sugerido. Qualquer pessoa nascida no dia 21 de agosto do ano 7 que antecedeu a nossa Era, às 18 horas, em Belém da Judéia, teria realmente aquelas características.

O Cristo leonino diz mais do domínio que sua pregação alcançou que o seu correspondente virgiano de Heinz Sandauer. Os grandes líderes nascem muito mais no signo do Sol que no detalhista e modesto Virgem.

Os dois estudos, pela curiosidade que despertam, mostram que a busca da figura histórica do Cristo-Homem, jamais se encerrará. E revelam, mais que isso, o retorno de estudos que buscam descobrir dados e fatos relacionados com aquele que é, seguramente o maior personagem na história da humanidade nos últimos milênios.

A grande dúvida

“Tendo Jesus nascido em Belém da Judéia, em dias do rei Herodes, eis que vieram uns magos do Oriente a Jerusalém. E perguntavam: onde está o recém nascido rei dos Judeus?... Tendo ouvido isso, alarmou-se o rei Herodes e, com ele, toda Jerusalém;... Herodes há de procurar o menino para o matar...E tomou de noite o menino e a mãe e partiu para o Egito e lá ficou até a morte de Herodes... E tendo ouvido que Arquelau reinava na Judéia em lugar de seu pai Herodes, temeu ir para lá....” - Evangelho de Mateus 2.1 a 2.22



Se Cristo nasceu sob o governo de Herodes I, o Grande não poderia, de forma alguma, ter sido crucificado e morto aos 33 anos,  no governo do Pôncio Pilatos na Judéia, no ano 33 de nossa Era. Isso provoca dúvidas imediatas sobre a fixação do chamado  “ano zero” da era cristã.

Herodes I, O Grande, rei dos judeus que determinou a matança das crianças nascidas em seu reino, temeroso da chegada de um “Rei de Israel” que colocaria em dúvida a legitimidade de seu trono,  nasceu em Ascalon em 73 a. C. e morreu em Jericó, no ano 4 antes de Cristo, tendo governado como rei dos judeus  entre 37 a C. e 4 a C. o que corresponde, no calendário romano aos anos de 716 a 749 contados da fundação de Roma.

A considerar-se que a Bíblia não erra ao indicar a morte de Cristo aos 33 anos, durante o governo de Pôncio Pilatos, um cavaleiro romano dúbio e inseguro,  hostil aos judeus e que  governou o domínio romano da Judéia entre 26 e 36 da era Cristã (779 a 789 da fundação de Roma), isso provoca um raciocínio lógico. Cristo morreu entre os anos 26 e 36 da nossa era e teria nascido entre o ano 7 a. C. e 3 d. C.

Se esse nascimento se deu sob o governo de Herodes I, a data limite máximo para a Natividade seria 4 antes do início da era Cristã. Considerando que Pilatos continuou governando nos primeiros anos após a crucificação, e que quando Cristo nasceu, Herodes determinou a morte de todas as crianças judaicas com até um ano de nascimento, há de se estabelecer com pequena margem de erro, o nascimento de Jesus entre 7 e 6 antes de nossa era.

Essa mesma data de nascimento entre 7 e 6 antes da chamada era cristã é corroborada pela realização em 7 a. C. de um censo entre os judeus, fato que só se repetiria bem mais tarde, após o ano 8 depois do início da contagem do tempo com base no nascimento de cristo. Narra a Bíblia a fuga de Maria e José para Belém durante a realização de um censo... Este elemento seria o confirmador do nascimento de Cristo em data anterior ao ano 6 antes da chamada era Cristã.

Curiosamente, a astronomia dá razão a essas dúvidas. Alguns fenômenos celestes como conjunção de planetas e o aparecimento de cometas que justificassem a “estrela de Belém”, só se registram antes do já referido ano 6 e nenhum deles no chamado “ano zero” de nossa Era.

E a curiosidade em torno da figura de Cristo encarnado, se amplia e alcança campos impensados do conhecimento humano.

 

 


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