SÃO PAULO, SP, E RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - Alvo de uma operação na qual é suspeita de aplicar um golpe milionário contra a mãe, Sabine Coll Boghici, 48, já havia aberto um processo contra a matriarca, a francesa Geneviève Rose Coll Boghici, 82.

Sabine, processou a mãe após ser expulsa de casa em abril de 2021, data que coincide com o fim do cárcere privado da idosa, segundo a polícia.

Na ação, a mulher que foi presa na quarta-feira (10) pede em juízo a busca e apreensão de nove cachorros e dois gatos.

Conforme o processo, com o agravamento das brigas sucessórias entre as duas, Geneviève expulsou a filha da casa em que ambas moravam na avenida Atlântica, em Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro.

Trecho do documento cita que mãe trocou as fechaduras e deu ordem para zeladores impedirem a entrada de Sabine no edifício.

Com a proibição de ingressar no imóvel, a filha disse ter perdido contato com seus animais, que foram então levados até outra casa da família, localizada em Itaipava, na região de Petrópolis (RJ).

Na ação consta a informação de que Sabine realiza trabalhos de resgate de animais de rua, e que caso consiga a tutela dos cachorros e gatos, eles serão encaminhados para residência de uma amiga.

Em janeiro deste ano, o juiz Paulo Roberto Correa negou o pedido. Em seu despacho, ele alegou não ter sido comprovado que ela era a proprietária exclusiva dos animais.

À reportagem, o advogado de Sabine, Marcos Cabral, informou que o processo segue sem definição. Os animais continuam em uma casa na região serrana do Rio.

Prisão Sabine foi presa sob a suspeita de ter aplicado um golpe estimado em R$ 725 milhões na mãe, viúva de um colecionador de arte. O valor incluí 16 obras de artistas como Tarsila do Amaral, Cícero Dias e Di Cavalcanti.

Os quadros faziam parte do acervo de Geneviève, que os herdou há sete anos após a morte do marido, o romeno Jean Boghici.

Segundo as investigações da Polícia Civil fluminense, Sabine e outras seis pessoas são suspeitas de praticar os crimes de associação criminosa, estelionato, extorsão, roubo e cárcere privado contra a idosa.

No total, três foram detidos temporariamente nesta quarta e dois continuam foragidos --um homem não teve mandado de prisão expedido e outro morreu. Sabine foi presa na casa de Rosa Stanesco Nicolau, sua companheira, onde foram encontradas diversas telas embaixo de uma cama.

Cabral, defensor de Sabine, informou que recebeu o processo nesta quinta-feira (11), e que vai se pronunciar após tomar conhecimento do conteúdo. A Folha tentou localizar quatro advogados que constam em outros processos como em seu nome, sem sucesso.


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