BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes revelou a interlocutores que pretende manter sob sua caneta o principal inquérito relacionado ao presidente Jair Bolsonaro (PL) mesmo após 1º de janeiro, quando ele perde a prerrogativa de foro.
Em vez de enviar a parte do inquérito das milícias digitais para a primeira instância, o magistrado deve justificar que a atuação de Bolsonaro no esquema está atrelada à dos filhos, o senador Flávio (PL-RJ) e o deputado federal Eduardo (PL-SP), que mantêm o foro privilegiado no STF. Por uma conexão essencial haveria justificativa para mantê-lo, portanto, no Supremo.
Não seria a primeira vez que Moraes despacharia nesta investigação sobre pessoas cujo foro, inicialmente, seria a primeira instância. Em agosto, por exemplo, ele autorizou uma operação contra oito empresários que supostamente defendiam um golpe caso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fosse eleito.
Bolsonaro já se insurgiu contra o inquérito das milícias digitais e contra a atuação do ministro em diversas ocasiões. Em maio, apresentou uma ação no STF contra Moraes por abuso de autoridade. Relatada por Dias Toffoli, ela foi arquivada na sequência por não trazer "indícios mínimos" de "materialidade delitiva".
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