BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Recém-empossado como presidente do STM (Superior Tribunal Militar), o tenente-brigadeiro do ar Francisco Joseli Parente Camelo afirmou nesta quinta-feira (16) que o desafio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) será pacificar o Brasil e consolidar de forma definitiva a democracia no país.
Em seu discurso de posse, Joseli fez elogios ao petista, disse que o presidente se empenha em reduzir a desigualdade do país e afirmou que não vê o Brasil como dividido, mas como "um país que sonha em ser grande e luta para ser grande".
Segundo ele, sua atuação na corte exigirá equilíbrio e serenidade diante da conjuntura que passa o país e será de "firme reafirmação da nossa democracia".
Um dos presentes na posse de Joseli foi o próprio Lula, que faz um gesto às Forças Armadas, setor que tinha maior proximidade com o governo Jair Bolsonaro (PL). O mandato dele se encerrará em 2025.
O STM é o órgão responsável por processar e julgar os crimes militares previstos no Código Penal Militar, sendo composto por 15 ministros, dez deles militares e cinco civis.
Além de Lula, estiveram na posse a presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Rosa Weber, e os ministros da corte Dias Toffoli, Alexandre de Moraes, Edson Fachin e Ricardo Lewandowski.
Também participaram do evento o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), o ex-presidente José Sarney, e o advogado-geral da União, Jorge Messias.
Na última posse de presidente do STM, em agosto do ano passado, Bolsonaro não estava presente. Ao lado do empossado, o ministro Lúcio Mário de Barros Góes, estavam o então presidente do STF, Luiz Fux, e o então ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira.
Em seu discurso na cerimônia, o procurador-geral de Justiça Militar, Antônio Pereira Duarte, disse que a presença das autoridades na cerimônia desta quinta "já indica que para além do prestígio pessoal dos ora empossados há também inequívoco respeito" ao STM.
Oriundo da Aeronáutica, Joseli Camelo, 69, foi piloto oficial de Lula nas gestões anteriores e também da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Ele calcula ter pilotado cerca de 10 mil horas nos 12 anos na Presidência.
Desde 2015, ele é ministro do Superior Tribunal Militar. A lista dos 92 países aos quais Joseli levou Dilma e Lula está pregada na parede que divide o gabinete do ministro e o corredor do 4º andar da corte.
À Folha, o ministro já disse que não via com desolação a decisão de Alexandre de Moraes de deixar com o STF o julgamento de militares envolvidos nos ataques golpistas de 8 de janeiro.
Mesmo a brecha que se abre para possíveis buscas e apreensões em organizações militares não preocupava o brigadeiro. "Decisão da Justiça precisa ser cumprida em qualquer situação, não é?", questionou, de forma retórica.
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