SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O PSDB, presidido pelo governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, insinua participação de Gilberto Kassab, presidente do PSD, em uma tentativa de atingir os tucanos e dificultar o processo de reconstrução da sigla.

O estopim seria a decisão do prefeito de São Bernardo do Campo, Orlando Morando (PSDB), de acionar a Justiça Eleitoral contra a atual direção tucana, indicada por Leite.

O argumento é de que a ata da reunião de 2 de fevereiro, em que Leite criou uma Executiva provisória, não foi registrada em cartório. Por isso, ela estaria atuando ilegalmente desde então.

A ligação com Kassab estaria no fato de que o advogado Thiago Bovério, que ajuda Morando na ação, presta serviços ao PSD.

"A ata está para ser registrada esta semana. Mas a cúpula do PSDB considera que a suposta questão legal, falsa, é apenas um pretexto para a tentativa de enfraquecer o PSDB, prejudicar sua recuperação, com a participação direta do advogado de Gilberto Kassab", disse o partido em nota à coluna Painel, da Folha de S.Paulo.

Com a derrocada do PSDB nas eleições de 2022, dirigentes partidários têm avançado sobre prefeitos tucanos em São Paulo.

A diretoria provisória tucana é formada por nomes como a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, o do Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, o prefeito de Santo André, Paulo Serra (SP), e os ex-governadores Marconi Perillo (GO) e Beto Richa (PR).

Foi essa comissão que decidiu, por exemplo, pelo adiamento das convenções municipais e estaduais do PSDB, o que foi chamado de golpe por Morando na ocasião.

Os tucanos ligados a Leite identificaram telefonema recente de Bovério ao diretório do PSDB em que ele solicitava documentos relacionados ao partido.

Morando diz que Bovério é seu amigo e que por isso tem falado com ele sobre o tema, mas que ele não será o advogado responsável pela ação.

"O partido está sendo banalizado de forma lamentável e vergonhosa", diz. "Além de terem criado uma comissão ilegal, hoje o partido é ilegal e imoral. A irresponsabilidade é tão grande que os atos do partido nos últimos dois meses não têm legitimidade", afirma.

Kassab diz considerar a leitura de que ele estaria tentando minar o PSDB "coisa de alguém com capacidade de análise muito baixa, muito fraca".

"É bem infantil da parte de alguém achar que a essa altura dos acontecimentos eu trabalharia contra qualquer partido", afirma.


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