SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A deputada federal Jandira Feghali, líder do PC do B na Câmara, saiu em defesa de Márcio Jerry (PC do B-MA), parlamentar do PC do B que foi acusado de assédio pela deputada Júlia Zanatta (PL-SC).
À coluna Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, Feghali acusa Zanatta de fake news e diz a legenda já que estuda medidas para pedir uma investigação contra a colega bolsonarista.
"Ela é uma pessoa desequilibrada, que cria problemas em cima de inverdades, é o histórico dela", afirma Feghali. "Ela congelou a imagem [do vídeo] em um frame que interessava a ela".
O episódio ocorreu na terça (11) durante sessão com o ministro da Justiça, Flávio Dino, na Comissão de Segurança e Justiça da Câmara. Segundo Zanatta, o parlamentar a abordou por trás e a intimidou com palavras ditas ao pé do ouvido, além de supostamente ter encostado no seu pescoço.
Márcio Jerry nega as acusações e se diz vítima de fake news. O deputado diz que no momento do fato o local tinha muita gente e ocorria uma discussão acalorada entre Zanata e a deputada Lidice da Mata (PSB-BA).
Feghali corrobora a versão de Márcio Jerry, de que ele saiu em defesa da deputada Lidice da Mata. "Não há nenhuma dúvida em relação à atitude e à integridade [do parlamentar]", segue.
A líder do PC do B ainda diz que a legenda vai pedir a investigação de Zanatta, e que a jurídica do partido já está analisando um meio de fazer denúncia de fake news contra a parlamentar.
Um vídeo compartilhado pelo deputado Paulo Bilynskyj (PL-SP) mostra Márcio Jerry se aproximando de Júlia Zanatta e falando no ouvido da deputada.
"Me senti extremamente desrespeitada. Esse colega [Jerry] chegou por trás de mim e falou: 'Respeite 40 anos de mandato'. Eu peço respeito ao meu primeiro mandato como mulher, nessa Casa, e não admito que alguém encoste em mim ou fale ao meu ouvido tentando me intimidar, intimidar meus posicionamentos", afirma a parlamentar em áudio enviado à coluna Mônica Bergamo.
A parlamentar do PL recebeu apoio de outros deputados da sigla, como Mário Frias (SP) e Eduardo Bolsonaro (SP).
A deputada Júlia Zanatta foi acusada no mês passado de incitação à violência por aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) após publicar em uma rede social uma foto na qual segura uma carabina enquanto veste camiseta estampada com uma mão com quatro dedos perfurada por balas seja uma alusão ao petista.
Ela nega qualquer relação com o petista. "Está escrito Lula na camiseta? Não está, né. Não está escrito Lula. Eu acho que não é só ele que tem um dedo a menos ou dois, sei lá. Não está escrito Lula e em nenhum momento eu falei no meu texto: 'vamos atacar', 'vamos pegar em armas para fazer uma revolução'. A esquerda já falou isso uma vez. Eu nunca falei isso", disse a parlamentar à coluna Painel, da Folha de S.Paulo.
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