BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) reuniu-se na semana passada com autoridades alemãs e francesas e recebeu a garantia de empenho na defesa da manutenção da exclusividade do mercado brasileiro nas compras governamentais. Esse ponto é um dos entraves que podem adiar a conclusão de um acordo de livre comércio entre União Europeia e Mercosul.

Desde que assumiu, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vem colocando a necessidade de rediscutir os termos do pacto formalizado em 2019, durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL). Há preocupação dos setores envolvidos de, ao reabrir a discussão, possibilitar a revisão de outros temas, o que contribuiria para atrasar indefinidamente o acordo.

Alckmin esteve na segunda-feira (5) com a ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, acompanhada da secretária de Estado Jennifer Morgan, ex-diretora do Greenpeace.

Na terça-feira (6), o encontro foi com o ministro delegado do Comércio Exterior e Atratividade da França, Olivier Becht. Nas duas ocasiões, o vice recebeu o apoio para a demanda brasileira sobre as compras e a garantia de atuação junto a outras autoridades europeias para convencê-las do pleito.

Exigências climáticas dos países do Velho Continente e as compras governamentais representam hoje os principais entraves para a conclusão do acordo.

Lula já avisou que não irá abrir mão de manter as compras 100% nacionais. Para a administração petista, trata-se de mecanismo pelo qual o governo pode exercer suas políticas públicas para cumprir objetivos de desenvolvimento e redução de desigualdades.

Do lado europeu, foi proposta a apresentação de um instrumento complementar, chamado de side letter, com novas exigências ambientais. A possibilidade de garantias extras surgiu em meio ao desgaste da gestão Bolsonaro no cenário internacional diante de suas políticas para o meio ambiente.


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