SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - O advogado criminalista Hery Kattwinkel, que defendeu um dos julgados pelos ataques golpistas de 8 de janeiro e atacou ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) durante sustentação oral na corte, foi expulso do partido Solidariedade.

Ele afirmou que o ministro Alexandre de Moraes, relator das ações penais no STF, passa de "julgador a acusador" e teria "rancor contra patriotas".

Em resposta, ouviu do ministro que sua declaração foi "patética" e "medíocre".

O Solidariedade justificou a decisão com base nos ataques do advogado aos ministros do STF, disse em nota. "O advogado se utilizou de falas ofensivas e desrespeitosa com a máxima corte brasileira".

No comunicado, o partido repudiou as falas e diz que não compactua com os ataques à corte.

"A direção municipal do Solidariedade em Votuporanga-SP, não compactua com a postura do profissional em atacar a Suprema Corte, ainda que no exercício de sua prerrogativa de defensor constituído, motivo pelo qual comunicamos a expulsão do membro e filiado ao partido."

Kattwinkel é advogado de Thiago de Assis Mathar, de 43 anos, preso pela Polícia Militar durante a invasão no Palácio do Planalto.

O advogado afirmou em sua sustentação que Mathar não vê os filhos há mais de oito meses e que eles acreditam que o pai morreu: "Olham para o céu em busca de uma 'estrelinha'" que seja o réu. Segundo a defesa, ele portava apenas uma "arma": uma bandeira do Brasil.

O Solidariedade afirmou que vai acionar o Conselho de Ética da OAB contra o advogado.

O vice-presidente do partido, Paulinho da Força afirmou que está em contato com departamento jurídico para entrar com a representação. "Ele não é um cara qualquer, foi candidato a deputado estadual, e expôs o partido ao ridículo", disse ao UOL.


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