BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, rebateu nesta terça-feira (19) o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), ao afirmar que a definição sobre a troca no comando da Caixa não está vinculada às discussões que culminaram na mais recente reforma ministerial.

No início do mês, o governo concluiu o processo de reforma ministerial para consolidar a entrada do centrão no Executivo, com a nomeação do líder do PP na Câmara, André Fufuca (Esportes), e do deputado do Republicanos, Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos).

Em entrevista à Folha de S.Paulo, Lira afirmou que a troca no Comando da Caixa estava incluída no acordo firmado entre os partidos. "A Caixa faz parte do acordo com os partidos", afirmou Lira na entrevista. Na sequência, foi questionado se isso envolveria as 12 vice-presidências do banco. "Esse foi o acordo", acrescentou.

Lira ainda deixou claro que a indicação será feita pelo seu partido, o PP. "Eu tenho uma conversa com o presidente Lula por esses dias. Ainda vou ter que conversar internamente no meu partido. Os nomes serão colocados à disposição do presidente, que fará a escolha", concluiu o presidente da Câmara.

Em entrevista à rádio CBN, na manhã desta terça-feira (19), Padilha afirmou que a Caixa possui já uma presidente, Rita Serrano, e que eventual mudança será feita por conta de seu desempenho.

"É lógico que a conversa continua sobre outros espaços, que envolvem outros espaços do governo. A Caixa é um banco, tem característica de composição, é diferente da composição de um ministério onde o presidente da República vai lá e pode tomar definição sobre isso", afirmou.

Ministro responsável pela articulação política do governo, Padilha ainda acrescentou que eventual mudança no comando do banco não guarda relação com as discussões para a reforma ministerial, feita com os partidos do centrão.

"A decisão [sobre o comando do banco] já existe no sentido que tem uma presidente da Caixa hoje. Não só sobre a Caixa, como sobre qualquer órgão público, existe um processo de avaliação permanente por parte do governo. Ele é separado desse processo de composição dos ministérios", acrescentou o ministro.

"Os ministérios você compõe os ministérios porque as bancadas indicavam parlamentares, isso tem um peso importante, porque significa que as bancadas também se unem a essas indicações dos parlamentares para esses ministérios. Agora o resto do governo continua de forma permanente sujeito a essa avaliação permanente, não só a Caixa mas qualquer outro espaço público do governo também."

Padilha também afirmou na entrevista à CBN que o governo não trabalha atualmente com a possibilidade de desmembrar o Ministério da Justiça, para criar a pasta da Segurança Pública. O tema chegou a ser discutido durante o governo de transição, mas acabou abandonado com a indicação de Flávio Dino para comandar uma pasta mais robusta.

Agora, com a possibilidade de Dino ser indicado para uma vaga no STF (Supremo Tribunal Federal), o tema voltou a ser discutido nos bastidores. O ministro das Relações Institucionais, no entanto, nega que isso esteja na agenda do governo Lula, por enquanto.


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