SÃO PAULO, SP, E BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - A equipe médica do hospital Sírio-Libanês em Brasília anunciou na sexta-feira (29) que o presidente Lula (PT) passou por uma blefaroplastia, uma pequena correção da pálpebra, que já estava programada.

O procedimento ocorreu após a cirurgia de colocação de prótese no quadril pela qual Lula passou e não tinha sido divulgada anteriormente pela Presidência.

Segundo o médico pessoal do presidente, Roberto Kalil, "é um procedimento estético-médico, que foi feito por indicação médica mesmo".

"Ele [Lula] tinha realmente alterações, que atrapalhavam muito muitas vezes o dia a dia", disse.

Esse tipo de cirurgia é feito para remoção da pele flácida das pálpebras ou para retirar o excesso de bolsas de gordura ao redor dos olhos.

O médico acrescentou: "Foi feito esse procedimento, nos dois olhos, logo após a cirurgia, aproveitando a anestesia. Foi uma coisa simples, que já há muito tempo estava programado e se aproveitou o efeito anestésico".

O profissional ressaltou que se trata de um procedimento simples e que, de acordo com a médica responsável, Eliana Forno, não seria necessário repouso especial posteriormente --citou apenas a colocação de gelo na recuperação.

"Como a cirurgia [no quadril] transcorreu dentro do prazo, a anestesia sem intercorrência, se resolveu ir à frente nesse procedimento. Isso não tem nenhum tipo de pós-operatório", afirmou.

Kalil disse que essa cirurgia não foi divulgada antecipadamente porque dependia do resultado do procedimento ortopédico e, por isso, não estava definida.

"Tudo dependia do transcorrer da cirurgia. O principal era ortopédico. Por que se demorou um pouquinho mais? Porque foi feita essa correção na pálpebra", afirmou.

Boletim médico divulgado neste sábado (30) afirmou que Lula, 77, está bem. "[O presidente] passou a noite estável, caminhou pela manhã e realizou sessões de fisioterapia. Permanece internado em apartamento, e sob cuidado", diz o comunicado.

Segundo Paulo Becker Amaral, cirurgião plástico do Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre, e membro da SBPC (Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica), a blefaroplastia, embora simples, precisa ser feita com atenção para não retirar em excesso o tecido.

As pálpebras caídas acontecem naturalmente com o passar dos anos, principalmente a partir dos 50, segundo o médico.

Além do impacto estético, elas podem diminuir a amplitude do campo visual. Também podem comprometer a saúde dos olhos, uma vez que a pálpebra flácida prejudica o espalhamento das lágrimas dentro do órgão.

"A parte anterior dos olhos é nutrida pela lágrima, que tem oxigênio, glicose e sais minerais. Ao piscarmos, a pálpebra saudável espalha a lágrima, levando nutrientes necessários à córnea", explica o médico.

A flacidez do tecido gera um constante lacrimejamento, que costuma incomodar o paciente. Outros sintomas são ardência e sensação de areia nos olhos.

Segundo o médico, a cirurgia demora em média 45 minutos. Alguns cuidados do pós-operatório são o uso de analgésicos e colírio.

"O procedimento também serve para tirar o excesso de bolsas de gordura ao redor dos olhos", explica Thiago Marques Tenorio, cirurgião plástico da clínica FacialTeam. Segundo ele, a cirurgia é uma das mais pedidas em consultório. O procedimento pode ser feito com anestesia local ou geral, de acordo com a dificuldade da cirurgia e a tolerância do paciente, afirma Tenorio.

"Tende a ser uma cirurgia indolor. Pode deixar o local roxo e ressecar os olhos. Em torno de 5 a 7 dias, os pontos são retirados, e o paciente está pronto para voltar com atividades de rotina".


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