BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O presidente da CPI do 8 de janeiro, deputado federal Arthur Maia (União Brasil-BA), avisou nesta terça-feira (3) que o último depoimento da comissão será na quinta (5), com o policial militar do Distrito Federal Beroaldo José de Freitas Júnior.
A base de Lula (PT) ainda tenta convencer Maia a ouvir o general Walter Braga Netto, ex-ministro de Jair Bolsonaro (PL) e ex-candidato a vice-presidente da República. Braga Netto já foi convocado pela comissão, mas teve seu depoimento adiado duas vezes.
Com o poder de marcar e desmarcar depoimentos, Maia chegou a afirmar que a CPI só ouviria Braga Netto se algum representante da Força Nacional de Segurança Pública fosse convocado. O requerimento de convocação do comandante nas tropas foi rejeitado nesta terça por 14 votos a 10.
A votação pegou os parlamentares de surpresa e gerou reclamações da base de Lula. Minutos antes, a oposição não sabia sequer quem deveria ser convocado. Uns defendiam a convocação do então diretor da Força; outros, do chefe das tropas.
Bolsonaristas querem ouvir a Força Nacional para desgastar o ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB). Como revelou a Folha de S.Paulo, a Força Nacional alertou sobre a possibilidade de atos violentos em Brasília contra o resultado das eleições por parte de CACs (caçadores, atiradores e colecionadores).
O documento da Força Nacional, produzido em 5 de janeiro, é um dos poucos relatórios de inteligência sobre o risco de ataques em 8 de janeiro, já que a própria Abin (Agência Brasileira de Inteligência) admite ter enviado apenas "alertas" de inteligência por WhatsApp.
Além do documento da Força Nacional, só há registro do relatório produzido pela Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal dois dias antes do episódio. O teor do texto foi revelado pela Folha em 14 de janeiro.
A comissão ouve nesta terça o empresário Argino Bedin, apontado como um dos financiadores do acampamento em frente ao quartel-general do Exército, em Brasília. Bedin é um dos integrantes do movimento de direita Verde Amarelo.
Nesta segunda (2), o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Dias Toffoli decidiu que o ruralista deveria ir à sessão, mas poderia ficar em silêncio para não produzir provas contra si mesmo.
O empresário não quis responder, por exemplo, se enviou caminhões para a capital federal.
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