BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O ministro Dias Toffoli colocou sob sigilo máximo um pedido da defesa de Daniel Vorcaro, dono do Banco Master, para levar as investigações sobre o empresário ao STF (Supremo Tribunal Federal).

O caso estava sob segredo de Justiça e passou a ser tratado, nos últimos dias, como sigiloso. Com a mudança, parte das informações sobre o andamento processual do caso ficam ocultas do público.

O pedido da defesa foi feito após um envelope com documentos de um negócio imobiliário relacionado ao deputado João Carlos Bacelar (PL-BA) ter sido encontrado em uma busca e apreensão.

Atualmente, as investigações relacionadas a Vorcaro correm na Justiça Federal do Distrito Federal.

Por causa desse documento, na sexta-feira (28), a defesa solicitou que o inquérito seja remetido ao Supremo.

Toffoli abriu o caso para manifestação da PGR (Procuradoria-Geral da República) antes de tomar uma decisão.

Procurado, o Supremo afirmou que uma resolução da corte afirma que cabe ao ministro relator "definir o nível de sigilo aplicável ao processo, peça ou documento".

Também diz que "as classificações de sigilo poderão ser revistas pelo(a) ministro(a) relator(a) a qualquer tempo".

Em nota, Bacelar afirmou que participou da criação de um fundo destinado à construção de um empreendimento imobiliário em Trancoso, distrito de Porto Seguro (BA), mas a transação não avançou. À época, Vorcaro teria demonstrado interesse na aquisição de parte do projeto.

Na sexta, a desembargadora Solange Salgado da Silva, do TRF-1 (Tribunal Regional Federal da 1ª Região), determinou a soltura de Vorcaro e disse que ele deve ser monitorado com o uso de tornozeleira eletrônica.

O dono do Master estava preso desde o dia 17, quando se preparava para embarcar em um voo para o exterior.

A juíza afirmou que as suspeitas sobre Vorcaro são graves, mas apontou que o uso da tornozeleira e outras medidas cautelares são suficientes.

Vorcaro havia sido preso no aeroporto de Guarulhos (SP), quando embarcava para Dubai. Ao determinar a soltura, a juíza afirmou que o banqueiro comprovou que havia comunicado previamente ao Banco Central que voaria para os Emirados Árabes Unidos, com o objetivo de se reunir com empresários interessados na compra do Master.