SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) disse nesta quinta-feira (11), em São Paulo, que o PL da Dosimetria foi "o possível no momento" e defendeu que se busquem "novos passos" para anistiar Jair Bolsonaro (PL).
"[O PL da Dosimetria] é o possível no momento. Eu entendo que a gente precisa buscar um caminho de pacificação, restabelecimento da justiça. Temos que dar os passos possíveis, o que era possível politicamente era isso", disse.
Tarcísio, preterido pelo ex-presidente na indicação de seu nome à Presidência no ano que vem, havia sido um dos principais articuladores da votação que aprovou o regime de urgência, em setembro, para o projeto de lei da anistia, aprovado no dia 17 daquele mês.
Na ocasião, quando era apontado como presidenciável pelos dirigentes dos principais partidos da centro-direita, o governador ficou dois dias em Brasília negociando a aprovação do texto.
A proposta, contudo, foi aprovada em um bloco com a PEC da Blindagem, que teve rejeição popular e motivou manifestações pelo país contra as normas aprovadas pela Câmara. A PEC terminou enterrada no Senado, e o PL da Anistia virou o PL da Dosimetria -que reduz as penas aos condenados pelo 8 de Janeiro, mas não os livra das punições.
Tarcísio foi questionado sobre o tema durante uma cerimônia de entrega de unidades habitacionais que têm uma fatia de seus custos arcada pelo governo, em Carapicuíba, na região metropolitana de São Paulo.
"Vamos avançar com esse passo e vamos pensar depois nos próximos", afirmou o governador.
Ainda em agosto, dias antes de iniciar a articulação no Congresso, Tarcísio disse, durante entrevista ao Diário do Grande ABC, que, se fosse eleito presidente, daria a anistia a Bolsonaro "no primeiro dia, primeiro ato".
O texto está agora na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado, sob relatoria do senador Esperidião Amin (PP-SC). Nesta semana, em um evento no Palácio dos Bandeirantes, Tarcísio afirmou que não se considerava um articulador político, que promove jantares, e que seu foco será a reeleição em São Paulo.