BELO HORIZONTE, MG (FOLHAPRESS) - O senador Cleitinho Azevedo (Republicanos-MG) diz não conhecer a assessora ligada ao ex-presidente da Câmara dos Deputados Arthur Lira que foi alvo de operação da Polícia Federal nesta sexta-feira (12).

O depoimento do senador e de outros parlamentares basearam a decisão do ministro Flávio Dino, do STF, que determinou busca e apreensão contra Mariângela Fialek, a Tuca.

A defesa de Tuca, que atualmente é assessora da liderança do PP, disse que trabalho dela é técnico e negou irregularidades.

Em contato com a coluna, o senador reafirmou o depoimento que prestou à Polícia Federal e que aparece na decisão de Dino. Ele disse que foi chamado para ser ouvido após citar no plenário que havia lobistas na Casa que buscavam negociar emendas parlamentares.

Ao delegado, ele afirmou que chegou a ser abordado no Senado por dois homens que diziam ser integrantes de ONGs do Norte do país que estavam interessados em "parceria de emenda".

No depoimento, Cleitinho disse ter confrontado os interlocutores sobre ele ser de Minas Gerais, não de um estado do Norte, momento em que os lobistas teriam deixado o local.

"O delegado perguntou 'você tem alguma prova de alguma coisa?' Eu falei, não tem nada. O que eu falei ali [no plenário] foi em cima da reportagem do Fantástico e do que eu vejo. E eu acho um absurdo essa questão de emenda secreta.", disse Cleitinho.

A PF também ouviu o deputado federal José Rocha (União-BA), que em depoimento disse ter sido pressionado por Lira para liberar emendas quando era presidente da comissão de Integração Nacional.

Em seu depoimento, ele relata ter ouvido do então presidente da Casa em uma ligação que estaria "criando problema" por não liberar uma remessa de R$ 320 milhões para Alagoas, reduto de Lira.

"Disse a ele [na ocasião] que o pai dele foi meu colega, a quem respeitava muito, mas que ele não merecia o meu respeito", afirmou Rocha à coluna.

Procurado por meio da assessoria, Lira não se manifestou sobre a operação.