BRASÍLIA., DF (FOLHAPRESS) - O líder do PT na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias (RJ), afirmou que não consegue ver o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), fora da disputa eleitoral de 2026. Ele disse a jornalistas, nesta terça (16), que o papel do petista deve ser definido pelo presidente Lula (PT).
Como mostrou a Folha de S.Paulo, Haddad deixará o governo até o fim de fevereiro. Apesar de apelos de lideranças petistas, ele tem insistido que não pretende se candidatar a nenhum cargo eletivo. Sua ideia seria coordenar a campanha de Lula à Presidência da República.
"Não podemos nos dar ao luxo de não ter Haddad disputando o processo eleitoral. Porque a gente vai ter que ir com toda a nossa força. E Haddad é uma das maiores forças que a gente tem. [...] Não consigo ver o ministro Haddad sem disputar o processo eleitoral. Ele é importante para o projeto, para o Lula, para a democracia, porque a gente sabe que não pode ter retrocesso nesses próximos quatro anos", disse Lindbergh.
O líder do PT não ignorou a resistência de Haddad a concorrer e reconheceu que a campanha "é barra pesada", mas disse que a decisão será tomada mais à frente e a partir do diálogo, indicando que o ministro deve ser convencido.
"Claro, tem sempre o que ele prefere, o que você prefere. Mas, com certeza, ele é uma peça eleitoral pra gente muito importante", completou.
Lindbergh afirmou que Haddad é "um quadro extraordinário" e deve ser usado. "Lula, com certeza, deve ter um plano na cabeça dele. A eleição de São Paulo é uma eleição muito importante. Vamos ter que disputar ali com um nome forte."
A data final para candidatos deixarem seus cargos para disputar a eleição é abril, segundo a lei eleitoral, mas Haddad já sinalizou que vai sair da Fazenda antes disso. Para o lugar, o ministro vem preparando o seu número dois, o secretário-executivo, Dario Durigan, como adiantado por O Globo.
Haddad confirmou à coluna Painel que deixaria o governo, mas não precisou a data. "Deve ser um pouco antes de março", afirmou.
Três auxiliares de Lula dizem, sob reserva, que Haddad avalia deixar o governo em fevereiro. O principal objetivo dele é esperar pela "materialização" do que considera um de seus principais feitos, a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5.000 por mês.