BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez uma brincadeira nesta quarta-feira (17) com o plano de assassinato que teria como alvos ele e o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB). O petista se referiu a ele e a Alckmin como "anjos" e "casalzinho de periquitos".
Lula deu a declaração durante reunião ministerial ao afirmar que a oposição quer "que o 8 de janeiro caia no esquecimento". Segundo o presidente, um ato simbólico será feito no início do próximo ano para relembrar os ataques golpistas.
"Nós queremos que a sociedade não se esqueça nunca que um dia esse país teve alguém que não soube perder eleição e resolveu, pela forma mais cretina, continuar governando esse país, inclusive, tentando matar nós dois, nosso casalzinho de periquitos. Dois anjos aqui, e os caras quererem bolar um plano para matar eu e o Alckmin. Se fosse um cara bruto como você, Rui [Costa, ministro da Casa Civil]. Mas eu e o Alckmin? Os dois maiores anjos aqui", afirmou.
Na terça (16), a Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu por unanimidade condenar Mário Fernandes, general da reserva e ex-secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência, que confirmou o plano para matar autoridades.
O militar integra o núcleo 2 da trama golpista. O ex-diretor da PRF (Polícia Rodoviária Federal) Silvinei Vasques, Filipe Martins (ex-assessor internacional da Presidência), Marcelo Costa Câmara (ex-assessor da Presidência) e Marília Ferreira (ex-integrante do Ministério da Justiça) também foram condenados.
Mário Fernandes recebeu a maior pena no julgamento, com 26 anos e 6 meses de prisão.
A PF (Polícia Federal) encontrou com o militar documentos com planejamento do assassinato de Lula e Alckmin com uso de armas militares ou envenenamento em evento público, além do ministro do Supremo Alexandre de Moraes.
No interrogatório no STF, o general afirmou que o arquivo "Punhal Verde e Amarelo", encontrado no seu computador, se tratava de "pensamentos digitalizados" e que nunca foi compartilhado com ninguém.