BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), alvo de uma operação da Polícia Federal nesta sexta-feira (19), afirmou que sofre perseguição por ser da direita e que o dinheiro vivo encontrado em seu endereço se deve à venda de um imóvel.

A PF cumpriu mandados de busca e apreensão contra Sóstenes e também contra o deputado Carlos Jordy (PL-RJ). Ambos são aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Em um endereço ligado ao líder do PL, a PF apreendeu cerca de R$ 430 mil em espécie.

Em entrevista à imprensa, Sóstenes disse que a investigação "não tem nexo nenhum" e "é mais um capítulo da perseguição" contra Bolsonaro.

"Não basta prender um inocente. Eles querem limpar e extirpar a força que a direita e os conservadores temos, tentando nos manchar com a lama deles, que é a da corrupção", disse.

Sóstenes afirmou ainda estranhar que a operação aconteça poucos dias após o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) ter se lançado candidato à Presidência da República.

Os sete mandados, autorizados pelo ministro Flávio Dino, do STF (Supremo Tribunal Federal), são cumpridos no Distrito Federal e no Rio de Janeiro. A operação da PF, batizada de Galho Fraco, não ocorre nos gabinetes parlamentares de Sóstenes e Jordy em Brasília.

O objetivo da operação é aprofundar investigações sobre desvios de recursos públicos de cotas parlamentares, de acordo com a corporação.

A cota parlamentar é um valor mensal que o deputado recebe para custear despesas do exercício do mandato, como aluguel de escritório no estado, passagens aéreas e aluguel de carro, entre outras.

A suspeita expressada pela polícia nos autos do processo é que uma empresa de locação de carros contratada pelos deputados e paga por meio da cota parlamentar continuou recebendo dinheiro mesmo depois de ser dissolvida irregularmente.