BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Os médicos que tratam Jair Bolsonaro (PL) avaliam submeter o ex-presidente a um procedimento para controlar suas crises de soluços, além da cirurgia de correção de hérnia já programada para quinta-feira (25).
A informação foi dada por integrantes da equipe médica a jornalistas nesta quarta-feira (24) em frente ao hospital DF Star, em Brasília, onde o político está internado.
"Está prevista a realização de um procedimento anestésico que seria o bloqueio anestésico do nervo frênico. Uma anestesia do nervo que enerva o diafragma. Depois dessa cirurgia de hérnia a gente vai reavaliar essa situação e ver se convém fazer esse bloqueio anestésico, que é um procedimento relativamente seguro, mas que não é o padrão para o tratamento de soluço. Precisa ver realmente se isso justifica o benefício, o risco", disse o médico Claudio Birolini.
Ele explicou que esse não é um procedimento cirúrgico, e que não será feito junto com a operação de hérnia. "Se nós levarmos adiante esse procedimento de bloqueio anestésico, vai ser feito possivelmente no início da semana", declarou.
O médico também disse que a nova cirurgia não pode ser feita por via laparoscópica, uma técnica menos invasiva que a tradicional, por causa das operações anteriores a que Bolsonaro já foi submetido.
O ex-presidente passa por procedimentos médicos frequentemente devido à facada da qual foi vítima durante a campanha eleitoral de 2018. Em abril deste ano, por exemplo, o político foi submetido a uma operação de 12 horas para desobstrução intestinal.
Também integrante da equipe que trata Bolsonaro, o médico Brasil Ramos Caiado disse que o político está um pouco deprimido e bastante ansioso.
"O presidente está deprimido um pouco pela situação em que ele está passando, bastante ansioso. A ansiedade leva a um quadro recorrente de soluço que atrapalha o sono dele. Ele fica muito incomodado com isso", declarou Caiado.
"No caso dele é exacerbado porque ele já vem com um quadro um pouco de depressão e de ansiedade previamente. Apenas potencializa pela preocupação pré-operatória, que é natural para qualquer pessoa da idade ele, 70 anos", afirmou o médico.
A cirurgia de Bolsonaro precisou ser autorizada pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes porque o ex-presidente está cumprindo pena depois de ter sido condenado no processo da trama golpista.
O político deixou a Superintendência da Polícia Federal mais cedo nesta quarta-feira para ir ao hospital. Sua mulher, Michelle Bolsonaro, e seus filhos Flávio, Carlos Jair Renan e Laura têm autorização para visitá-lo durante a internação, mas sem portar celulares ou outros aparelhos eletrônicos.