Documentos de militantes contra a ditadura serão devolvidos em solenidade
Documentos pessoais e autos de processos que estavam retidos junto a auditoria da 4ª Circunscrição Judiciária Militar (4ª CJM) em Juiz de Fora serão devolvidos aos seus proprietários em solenidade na noite desta segunda-feira, 17 de novembro. Os documentos não foram retirados pelas pessoas que responderam inquérito ou processo no período de 1964 a 1985.
Entre os que tiveram a documentação retida estão a presidente da República, Dilma Rousseff, e o prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda. Além deles, dezenas de pessoas que atuaram como militantes contra o sistema de repressão ainda têm documentação sob a tutela da Auditoria da 4ª CJM.
A maior parte desse material (o que inclui fotos, passaporte, carteiras de identidade e de trabalho, entre outros documentos) é referente à década de 1970 e ficou sob guarda judicial, mas, com o encerramento dos processos, parte dos interessados não retornou para buscar a documentação. Foram convidados para o ato a presidente do Superior Tribunal Militar (STM), ministra Maria Elizabeth Guimarães Teixeira Rocha, a conselheira da Comissão de anistia do Ministério da Justiça, Vanda Oliveira, e um representante da Comissão Nacional da Verdade (CNV).
Como forma de preservar a memória e garantir o acesso às informações do período de 1964 a 1985, a Comissão Municipal da Verdade (CMV-JF) e a Auditoria da 4ª CJM também solicitarão aos proprietários dos documentos – ou seus familiares, no caso daqueles que já faleceram – a autorização para que uma cópia desse material localizado fique arquivada nos acervos da Auditoria e da comissão, como forma de preservar essas histórias pessoais.
Além desses documentos localizados recentemente, a parceria firmada entre as instituições estabelece o acesso dos pesquisadores da CMV-JF aos livros do período de 1964 a 1985 que ainda estão sob a guarda da Auditoria da 4ª CJM. Dessa forma, a comissão pode analisar a documentação referente aos presos políticos que responderam a processos em Juiz de Fora nesse período. Em contrapartida, a CMV-JF está digitalizando o acervo e o devolverá ao órgão, cumprindo sua função de resgatar os arquivos e as memórias sobre o período e de contribuir para a preservação do acervo referente ao sistema de repressão que funcionou em Juiz de Fora.
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