Um grupo de trabalho será criado com o objetivo de elaborar o projeto político institucional para a possível emancipação do Campus Avançado da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) em Governador Valadares. A criação do grupo foi aprovada na última terça-feira (19), pelo Conselho Superior (Consu) da instituição.

O secretário geral da UFJF, Edson Faria, explicou que a UFJF continuaria como tutora do campus até que a instituição possa se manter e funcionar de forma independente.

Um relatório final, elaborado pela Comissão do Debate (CCD), foi apresentado durante reunião do Consu no dia 15 de setembro. Segundo a UFJF, o relatório e a proposta de criação do grupo de trabalho foram aprovados de forma unânime.

O grupo de trabalho deverá propor discussões sobre a identidade e a vocação regional da futura instituição, além de tratar todo o planejamento da expansão de vagas e cursos, bem como a estruturação da governança institucional.

Desvinculação

Na apresentação do relatório, Erly Azevedo, presidente da Comissão, afirmou que durante os debates com a comunidade acadêmica foi identificada a necessidade de desenvolver um projeto de como seria a universidade de GV após a possível desvinculação.

“A desvinculação não deve ser vista como uma separação abrupta ou radical. Em vez disso, é preciso encarar esse processo como uma evolução natural, resultado do amadurecimento do campus de Governador Valadares que busca uma vocação própria em prol do interesse coletivo regional”, ressaltou Erly. 

O desejo de desvinculação considerou diversos fatores como a geografia e o desenvolvimento do campus nos últimos anos, segundo Edson Faria.

“Não se trata de um processo de separação. É mais comparável, para usar uma analogia familiar, à transição de um filho que deixa a casa dos pais para viver em sua própria residência. No início, há acompanhamento, orientação e sugestões. Até agora, o trabalho desenvolvido pelas comissões formadas foi de avaliar a viabilidade de uma separação e como essa discussão ocorreria, a fim de determinar se era um desejo da comunidade. Agora, chegamos a um estágio em que é necessário aprofundar e detalhar ainda mais”.

Discussão

A possibilidade de desvinculação começou a ser debatida em 2019, por meio de uma audiência pública realizada em Governador Valadares, que resultou na criação da primeira comissão para debater o tema em 2020.

Entretanto, conforme a UFJF, fatores situacionais diversos fizeram com que a comissão fosse dissolvida e uma nova foi criada. Em 2021, com uma nova direção geral a frente do campus de GV, o Conselho Gestor do Campus Avançado decidiu por dar continuidade dos trabalhos para a definição de “Metodologia de Debate”.

A UFJF explicou que os membros da comissão se reuniram regularmente para coordenar e estabelecer a estrutura dos trabalhos de apoio aos debates relacionados à possível emancipação do campus GV.

Um cronograma de atividades foi elaborado e divulgado, e incluiu eventos como mesas redondas, reuniões abertas e audiências públicas focadas no tema da emancipação.

“Acredito que a nova discussão é uma continuidade das discussões anteriores. Primeiro, compreendemos a história do campus de Governador Valadares, bem como as condições legais para a emancipação; o segundo foi quanto ao levantamento de casos efetivos da emancipação de outros campi; e o último trabalho foi ouvir a comunidade acadêmica e debater dúvidas quanto ao tema. Agora, precisamos definir a universidade que queremos”, finaliza Azevedo.

Divulgação - Campus Governador Valadares da UFJF.

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