O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) ajuizou uma Ação Civil Pública (ACP) contra a Cemig, cobrando medidas e reparações pelos recorrentes problemas no fornecimento de energia elétrica em Nova Resende, no Sul de Minas.
Segundo a ação, os apagões ocorrem há pelo menos 15 anos, com impacto mais intenso sobre os produtores rurais durante a safra do café. Documentos da própria concessionária anexados ao processo mostram que, em maio de 2025, uma interrupção deixou 729 consumidores sem energia. Em outro episódio, uma queda próxima de duas horas atingiu 149 unidades.
A Promotoria de Justiça afirma que as falhas não se limitam a eventos climáticos severos. Vereadores relataram que os cortes ocorrem quase diariamente, inclusive durante chuvas leves, e que moradores da zona rural chegaram a ficar dois dias consecutivos sem energia, sem acidentes ou incidentes naturais que justificassem a falta.
De acordo com a ACP, a irregularidade no serviço afeta hospitais, escolas, comércio, segurança pública e a produção agrícola. O setor cafeeiro é um dos mais prejudicados, com perdas em secadores e armazenagem quando ocorre interrupção do fornecimento.
A ação solicita tutela de urgência para que a Cemig apresente, em até 30 dias, um plano detalhado de melhorias na infraestrutura elétrica, com prioridade para áreas rurais. No mérito, requer a condenação da empresa ao pagamento de R$2,5 milhões por danos morais coletivos, destinados ao Fundo de Defesa do Consumidor.
A Promotoria destaca que o processo está em fase inicial. Moradores afetados poderão acompanhar e participar do andamento, e foi solicitado que a ação seja publicada na imprensa oficial e no quadro de avisos do fórum para garantir transparência e acesso da população interessada.