O ex-prefeito de Delta, no Triângulo Mineiro, foi denunciado pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) por suspeita de apropriação de um aparelho de ar-condicionado pertencente ao município. O caso surgiu após a operação Limpidus, da Polícia Civil, realizada em dezembro de 2024, que investigou possíveis atos de corrupção na Prefeitura de Delta e no Consórcio Intermunicipal de Saúde do Vale do Rio Grande (Cisvalegran).

Durante o cumprimento de mandados de busca, os policiais encontraram na casa do ex-prefeito um ar-condicionado novo, lacrado e ainda na embalagem original. Uma etiqueta indicava que o equipamento havia sido entregue à prefeitura em março daquele ano, nove meses antes de ser localizado na residência.

O ex-prefeito alegou que o eletrodoméstico estava guardado provisoriamente em sua casa, afirmando que o aparelho ocupava espaço na sede da administração municipal e que o local onde seria instalado, a Academia da Saúde, não oferecia segurança devido a uma porta quebrada.

A versão, no entanto, não foi confirmada por servidores ou documentos. De acordo com o MPMG, os depoimentos colhidos mostram que todos os equipamentos de ar-condicionado da prefeitura estavam em funcionamento e que não havia registro oficial de destinação para um novo aparelho. A investigação encontrou apenas um documento, datado de janeiro de 2024, que mencionava possível instalação na Casa de Cultura, mas nenhum dos ouvidos, incluindo o próprio ex-prefeito, confirmou conhecimento dessa informação.

O Ministério Público também destaca que o equipamento foi encontrado na residência do ex-prefeito poucos dias antes do fim de seu mandato e logo após as eleições, circunstância que reforça, segundo a denúncia, os indícios de apropriação indevida.

A denúncia enquadra o ex-prefeito no artigo 1º, inciso I, do Decreto-Lei 201/1967, que prevê como crime de responsabilidade a apropriação ou desvio de bens públicos em benefício próprio ou de terceiros.

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Théo Filipe/MPMG - Reprodução

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