Vitaminas são essenciais para o bom funcionamento do nosso corpo, desempenhando papéis cruciais no fortalecimento do sistema imunológico e na manutenção da energia. No entanto, a popularização dos suplementos vitamínicos tem levado muitas pessoas ao consumo sem a devida orientação profissional, um hábito que, longe de ser benéfico, pode trazer sérios riscos à saúde. A ideia de que "mais é melhor" pode ser tentadora, mas a ingestão indiscriminada dessas substâncias tem um nome: hipervitaminose, uma espécie de intoxicação que pode prejudicar o organismo.
O corpo não produz todas as 13 vitaminas que necessita – nove são hidrossolúveis (vitamina C e complexo B) e quatro são lipossolúveis (A, E, K e D). A maior parte delas pode ser obtida por meio de uma alimentação equilibrada, rica em vegetais. A exceção, segundo a professora Elisângella Mota, do curso de Farmácia da Estácio, é a vitamina B12, encontrada principalmente em alimentos de origem animal. "Por este motivo, as dietas veganas devem ser complementadas por esta vitamina na forma de suplemento nutricional", explica a farmacêutica.
Entenda a hipervitaminose
Quando há um exagero na ingestão de vitaminas, seja por meio de suplementos sem indicação médica, ocorre a hipervitaminose. Os sintomas variam conforme a vitamina em excesso e podem ser bastante incômodos e perigosos. "Isso pode incluir náuseas, vômitos, diarreia, dor de cabeça, fraqueza, aumento da pressão arterial, dor nos ossos, pedras nos rins, insuficiência renal, queda de cabelo, lábios rachados e pele seca", alerta a professora Elisângella.
Ela detalha alguns dos problemas específicos causados pelo excesso de certas vitaminas:
Vitamina A: A intoxicação pode ser aguda ou crônica, mas geralmente os sintomas desaparecem ao interromper a suplementação.
Vitamina D: O excesso pode gerar problemas neuropsiquiátricos, gastrointestinais, cardiovasculares e renais.
Vitamina C: Altas doses podem provocar diarreia e a formação de cálculos urinários.
Vitamina E: A hipervitaminose pode propiciar hemorragias.
Diante desses riscos, a recomendação dos especialistas é clara: a orientação médica é fundamental. "Antes de começar a tomar qualquer tipo de vitamina, o ideal é conversar com um médico ou nutricionista. Eles podem fazer exames e indicar quais nutrientes você realmente precisa. Afinal, cada corpo é único e tem suas próprias necessidades", conclui a farmacêutica.