O período de festas costuma ser aguardado por muitos, mas também representa um momento de forte impacto emocional. Dados da International Stress Management Association no Brasil (ISMA-BR) mostram que o nível de estresse e ansiedade entre os brasileiros cresce até 75% no fim do ano. O levantamento aponta uma intensificação dos sintomas emocionais ao longo dos meses, culminando em maior vulnerabilidade justamente em dezembro, mês marcado por aumento de demandas, cobranças e expectativas sociais.
A psicóloga Iara Farias, mestre em Psicologia e especialista em Saúde Mental e Atenção Psicossocial, explica que o contexto do período favorece a sobrecarga emocional. “Com a sobrecarga do trânsito, o comércio cheio, as ruas movimentadas, o início das férias das crianças e todo o preparo para as festas, há um acúmulo de demandas que gera pressão e ansiedade. Lidar com tudo isso pode elevar significativamente os níveis de estresse”, analisa.
Segundo a professora do curso de Psicologia da Estácio, é fundamental observar os sinais emitidos pelo corpo e pela mente. “Dores de cabeça, dores no corpo, aumento da pressão arterial, irritabilidade, sensação de falta de ar, taquicardia e pensamentos acelerados podem indicar angústia e ansiedade. Quando esses sintomas não têm uma causa definida e estão ligados às circunstâncias do momento, é importante procurar ajuda profissional, que fará o acolhimento e o tratamento adequado”, orienta. Ela também reforça o papel das atividades físicas. “O exercício ajuda no bem-estar mental e compensa os excessos típicos das festas, seja no trabalho ou em momentos sociais, equilibrando corpo e mente.”
Exercício físico como aliado no controle emocional
O doutor em Educação Física e professor da Estácio, Sandro Ribeiro, ressalta que a prática regular de atividade física é uma das ferramentas mais eficazes para enfrentar o estresse cotidiano. “Diversos estudos comprovam que o movimento do corpo impacta diretamente o bem-estar geral. Durante o exercício, o organismo libera neurotransmissores como endorfina, dopamina e serotonina, os ‘hormônios da felicidade’, que promovem prazer, relaxamento e redução da tensão”, explica.
Além disso, a atividade física melhora o sono, aumenta a concentração e fortalece a autoestima, contribuindo para o controle da ansiedade. Entre as práticas recomendadas, o professor destaca:
• Caminhada ou corrida leve: auxiliam na regulação da respiração e melhoram a circulação, promovendo bem-estar imediato.
• Atividades aeróbicas (bicicleta, natação, dança): reduzem os níveis de cortisol, hormônio do estresse, e estimulam a liberação de endorfina.
• Musculação e exercícios de força: elevam a autoconfiança e favorecem o equilíbrio emocional.
• Yoga e pilates: combinam respiração, movimento e foco, promovendo redução da ansiedade e maior equilíbrio mental.
Sandro lembra que a regularidade é mais importante do que a intensidade. “O mais importante é que a prática seja constante e adaptada à realidade de cada pessoa. Não é preciso treinar horas por dia, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 150 minutos semanais de atividade moderada já são suficientes para reduzir significativamente os sintomas de estresse e ansiedade”, afirma. Ele reforça que a orientação de profissionais habilitados é essencial para garantir segurança e melhores resultados.
Com atenção aos sinais do corpo e a adoção de hábitos saudáveis, especialistas afirmam que é possível atravessar o fim de ano com mais equilíbrio emocional e qualidade de vida.
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