Médicos residentes de Juiz de Fora retornam ao trabalho e aguardam decisão sobre greve nacional
Repórter
A greve nacional dos médicos residentes teve início no dia 17 de agosto e, quase um mês após a deflagração, 50% dos profissionais de Juiz de Fora já retornaram ao trabalho. Dos três hospitais que possuem número significativo de médicos residentes - Hospital Universitário (HU), Maternidade Terezinha de Jesus e Santa Casa de Misericórdia - apenas o HU possui efetivo em greve. Na instituição, 60 residentes trabalham em regime de plantão e apenas 30% dos médicos atendem pacientes. Na Maternidade e na Santa Casa, os profissionais trabalham normalmente.
De acordo com o médico residente da Santa Casa, Sérgio Castro Pontes, os grevistas foram retornando ao trabalho aos poucos e nesta segunda-feira, 13 de setembro, todos estão trabalhando em horário normal. "A adesão foi diminuindo. O recado foi dado. A greve nacional continua e, mesmo com um novo chamado, fica difícil do pessoal cruzar os braços novamente", explica. Na Maternidade Terezinha de Jesus, a situação é a mesma. Conforme o médico residente Henrique Queiroz, os profissionais não chegaram a parar por completo. "Todos os 26 médicos estão trabalhando. É difícil aderir totalmente o movimento, pois temos que aprender e precisamos atender aos pacientes", salienta.
O médico residente do HU, Rafael Souza, afirma que esta semana será realizada uma assembleia interna para decidir os rumos. O atendimento é prestado apenas para pacientes que já são acompanhados pelo HU. Pacientes novos, encaminhados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para internação e consulta ambulatorial, não estão sendo assistidos.
Reunião pode por fim a greve
Na próxima terça-feira, 14, representantes da Associação Nacional dos Médicos Residentes (ANMR) se reúnem com o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, para discutirem a contraproposta de 28,7% de reajuste salarial imediato e mais 10% em 12 parcelas, elaborada pelos médicos residentes. A primeira proposta encaminhada ao governo foi de 38,7% e a contra do Executivo foi de 20%.
Pontes acredita que, caso um acordo seja firmado, um meio termo entre as últimas propostas será afixado. "Em ano de eleição é muito difícil essa negociação." Para Souza, a expectativa é de fim de greve já na próxima semana. "Para o paciente é ruim e para o médico também, já que ele não aprende. Mas a greve é necessária. Nossa esperança é de que um acordo seja feito."
De acordo com a ANMR, os profissionais reivindicam reajuste na bolsa-auxílio, congelada desde 2007. Além disso, pedem vale-alimentação, gratificação natalina, afixação de uma data para revisão anual da bolsa, ampliação da licença-maternidade para seis meses e melhorias nas condições de formação.
Os textos são revisados por Thaísa Hosken
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