Turismo de montanha é o forte do Circuito Terras Altas da MantiqueiraAlagoa, Itamonte, Itanhandu, Passa Quatro, Pouso Alto, São Sebastião do Rio Verde e Virgínia exploram a região da Serra da Mantiqueira

Clecius Campos
Subeditor
4/11/2011
Foto da Serra da Mantiqueira

Convivendo com as paisagens criadas pela Serra da Mantiqueira, no Sul de Minas, as cidades de Alagoa, Itamonte, Itanhandu, Passa Quatro, Pouso Alto, São Sebastião do Rio Verde e Virgínia exploram o turismo de montanha, vocação principal do Circuito Terra Altas da Mantiqueira. Quase todas as cidades servem de locais para a prática do montanhismo, com exceção de São Sebastião do Rio Verde, localizada ao centro da região montanhosa, mas que aproveita sua tranquilidade para atrair turistas.

De acordo com o gestor e consultor do circuito, Luís Gustavo Franco da Rosa, duas cidades — Itamonte e Passa Quatro — possuem dois cumes importantes da Serra da Mantiqueira: o Pico das Agulhas Negras e a Pedra da Mina, o ponto mais alto do Sudeste do país. "Além desses pontos, há a possibilidade de fazer a travessia da Serra Fina, dentro de Passa Quatro, indo de Passa Quatro a Itanhandu ou de Itamonte a Passa Quatro. O turista que gosta de trilhas pode passar por todas as cidades do circuito, de bicicleta, moto, fazendo caminhada, cavalgada ou de jipe."

As cidades são bem próximas, em distância, segundo Franco. A mais distante é Itanhandu, a 46 km de Virgínia. "Pela quantidade de atrativos do circuito, seriam necessários cinco dias na região para fazer um roteiro que abranja todas as cidades. Por serem ricos em produção leiteira, os municípios são famosos pelos seus queijos e a degustação é outro ponto que atrai os turistas." Excetuando-se São Sebastião do Rio Verde, todas as cidades dispõem de hotéis.

Alagoa

Alagoa é a mais alta das Terras Altas. A cidade tem 2.709 habitantes e chama atenção pelo acervo ecológico praticamente intocado. O clima frio predomina, com geadas em algumas épocas do ano. Vales e valados abrigam paisagens naturais. Os destaques são a Fazenda do Charco, as cachoeiras Zé Pena, Ouro Fala, Falcão e Serra dos Borges, bem como a nascente e as corredeiras cristalinas do Rio Aiuruoca. O destino conta ainda com túneis abertos nas montanhas, como o da Bomba, do Garrafão e a Pedra de Santo Agostinho.

Itamonte

Itamonte tem cerca de 82% do seu território formado por áreas protegidas: o Parque Nacional do Itatiaia, o Parque Estadual Serra do Papagaio e Serra da Mantiqueira. O Pico das Agulhas Negras, com 2.787 m, é o ponto mais alto do Parque de Itatiaia. Entre os atrativos naturais do destino, estão o Rio Capivari, com suas piscinas naturais e corredeiras, onde se pratica o acqua ride, e o Rio Aiuruoca, que percorre um cânion de 1.500 m de altura. Cachoeiras como as da Fragária, Conquista e Escorrega são formadas pelo terreno acidentado.

A Pedra do Picu é símbolo de Itamonte, por ter sido marco de orientação para os bandeirantes, graças à altitude em que se encontra, sendo facilmente avistada. Além do turismo de aventura como trekking, montanhismo e voo livre, Itamonte encanta também pela sua gastronomia e eventos.

Itanhandu

Em Itanhandu, o Alto das Posses é o marco onde o município faz divisa com os estados do Rio de Janeiro e de São Paulo. Passeios em trilhas permitem a visão do Rio Verde com seus poços, corredeiras e cachoeiras, como a da Usina e a do Vô Delfim, esta ideal para o boia-cross. Escaladas e cavalgadas podem ser feitas na Trilha da Barrocada, na Serra do Condado.

Os atrativos culturais ficam por conta da Estação das Artes, situada na antiga Estação Ferroviária, local de exposição permanente de artesanato e degustação do café caipira e de doces. Na Serra dos Noronhas, a culinária mineira também é destaque.

Fotos: Sérgio Mourão/Acervo ATAM

Passa Quatro

Em Passo Quatro, a Pedra da Mina tem o status de ponto mais alto do Sudeste brasileiro, com 2.798 m, sendo assim o quarto maior pico do país. As águas dos rios Verde e Passa Quatro formam cachoeiras como as do Quilombo, do Manacá, do Mato Dentro e da Gomeira. O ecoturismo e o turismo rural ganham charme com o passeio de Maria Fumaça, a bordo de uma locomotiva datada de 1925. O roteiro percorre 12 km até a Estação Coronel Fulgêncio, na divisa de Minas Gerais e São Paulo, junto a um túnel inaugurado por D. Pedro II em 1884.

Na cidade, vale também conferir um museu de miniaturas que expõe cenários históricos brasileiros, modelados por jovens da cidade com perfeição na pequeníssima escala de 1:87 cm.

Pouso Alto e São Sebastião do Rio Verde

A arquitetura e o ar interiorano são as marcas da pequena cidade de 6.213 habitantes. O artesanato de tricô, de palha e de bambu está presente nos bordados e na ornamentação de festas típicas. Da Pedra Bonita, a vista panorâmica é outro atrativo. As quedas d'água de Juca Roque e do Coura são opções de banho de cachoeira.

Em São Sebastião do Rio Verde, o maior atrativo natural é o Rio Verde, local propício à prática de canoagem, de pescaria e de natação. A culinária dos pratos mineiros típicos concorre com as atividades artesanais, como bordado, crochê, barbante, palha e confecção de bonecas de pano. A tranquilidade é outro ponto forte do destino.

Virgínia

Virgínia é mais uma cidade do circuito que hospeda picos da Serra da Mantiqueira. O Varjão e a Fortaleza chegam à altura de 1.600 metros. Uma formação rochosa com galerias revestidas de granito, coberta de bromélias em determinadas épocas do ano, pode ser vista a 5 km do Centro. Cachoeiras e uma piscina natural, na Usina do Sertãozinho, também estão à disposição dos turistas.

Os textos são revisados por Thaísa Hosken