Ana Stuart Ana Stuart 27/8/2009

O Alcoolismo Feminino

mulher com copo na mãoSempre que falamos do alcoolismo nos referimos aos homens.

Falar do alcoolismo feminino sempre foi um tabu, e também considerado minoria.

Atualmente, com a liberação feminina vem se observando o crescente aumento do alcoolismo no ambito feminino, ou melhor, agora ele esta sendo visto, pois antes o número também era elevado, só que as mulheres bebiam mais dentro de casa do que fora.

Partindo-se do principio de que o alcoolismo é doença, e que em qualquer doença existe uma pré-disposição à espera de ser provocada por circunstâncias externas, que fatores psicológicos comuns induzem as mulheres ao alcoolismo?

Vamos citar alguns fatores mais comuns: muitos autores através de pesquisas, já observaram que a maioria destas mulheres vêem em suas mães criaturas frias e hostis, sendo que algumas percebem claramente e outras sutilmente. Invariavelmente existe um sentimento de mãe negativo, muito forte.

Observa-se também que estas mulheres alcoolistas saíram de casa muito cedo, de forma mais ou menos consciente para escapar da influência materna destrutiva.

Embora a fuga geográfica não anule os efeitos negativos desta influência, é uma forma de amenizar a dor, mas não a mágoa.

A partir daí, percebe-se que para estas mulheres os sentimentos de ternura e afeto vieram do lado paterno e não materno, nem que seja idealizando, afinal é preciso que exista uma imagem positiva na outra margem.

Portanto é muito comum que a mulher alcoólica esteja sempre à procura do príncipe encantado, que idolatre o Papai Noel, que é o “pai bonzinho” ou até mesmo que procure na figura de Alexandre, O Grande. Mas acabam decepcionado-se ao encontrarem “homens comuns” – outra frustração.

Não é de se surpreender que estas mulheres fracassem no seu primeiro casamento.

Quando ingressam no AA, identificam-se rapidamente com os homens, seguindo seus conselhos e acatando suas idéias, mesmo porque o AA é uma instituição basicamente masculina.

Existem alguns filmes interessantes a respeito do assunto, um deles é 28 dias com Sandra Bullok, o outro é Quando um homem ama uma mulher... muito interessantes.

Em termos literários o livro "O alcoolismo e as mulheres- com texto e psicologia" de Jan Bauer, incluindo as literaturas de AA, também são muito interessantes.

Já falando da familia da mulher alcoólica, é vital que frequentem o AL-non, AL-ateen, Amor Exigente, para compeender todo o processo familiar sem adoecer.

Faz parte do processo de recuperação desta mulher, identificar-se com o padrão feminino, aceitando-se com plenitude, respeito e carinho para consigo mesma, aceitando a sua identificação materna inclusive. Resgatando essa mãe que por mais que se rejeitasse, sempre se identificaram – mas principalmente se perdoando e começando tudo de novo até mesmo para não desencadear o processo em cadeia com sua filha – só por hoje.



Ana Stuart
é psicóloga e terapeuta familiar


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