Em busca de melhor qualidade de vida para o diab?tico
Coordenados por uma professora, acad?micos fazem reuni?es peri?dicas para ajudar
os portadores do diabetes a conviverem melhor com a doen?a
*Colabora??o
30/01/2008
H? 12 anos, H?lio Gon?alves sentiu dificuldades para enxergar e foi procurar o m?dico. Feitos os exames, ficou diagnosticado que ele era portador
de diabetes."Eu n?o conseguia enxergar direito, minha vista paralisou, da? eu
fui no oftalmologista e ele me disse que poderia ser diabetes, ent?o, eu procurei
um m?dico e comecei a me tratar"
, relembra.
Casos como o de H?lio e o da agente de sa?de, S?nia Cristina Maciel (foto abaixo), que descobriu a doen?a h? 6 anos, por acaso s?o cada vez mais comuns. Segundo o acad?mico de medicina da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Tiago Lattari, o diabetes ? uma doen?a silenciosa, cujos sintomas demoram a aparecer.
"O diabetes ataca de forma insidiosa. A pessoa s? descobre quando vai fazer o
check up ou quando come?a a gerar os sintomas"
, explica. Isso dificulta
o tratamento que engloba diversos setores.
Segundo S?nia (foto ao lado), ela s? descobriu que tinha o diabetes porque estava acompanhando a
m?e que estava internada no hospital."Minha m?e internou por causa da doen?a e a m?dica achou bom fazer o exame em mim tamb?m, a? deu que eu tamb?m estava diab?tica"
, conta.
H?lio, S?nia e outras 58 pessoas fazem parte de um projeto multidisciplinar, coordenado por profissionais de sa?de, entre eles, a m?dica M?nica Barros Costa para quem a educa??o ao diabetes ? fundamental para o controle da doen?a.
"Trata-se de uma doen?a cr?nica e, como tal, n?o basta s? o paciente tomar a medica??o.
? preciso conhecer a doen?a, praticar uma atividade f?sica.O projeto de extens?o
"Acompanhamento, Educa??o e Preven??o em Diabetes Mellitus" pretende ensinar o doente
a valorizar a import?ncia do tratamento como um todo"
, ressalta.
O projeto
Integrante do projeto h? dois anos, o acad?mico de medicina da UFJF, Rafael Oliveira Mendes (foto abaixo), explica que o projeto surgiu da necessidade de oferecer ?s pessoas mais informa?es sobre a doen?a, desmistificando cren?as equivocadas.
"O tratamento do diabetes ? muito complicado porque existem muitas id?ias fantasiosas sobre ela. Muitas pessoas acreditam que ? contagiosa, que pega, que a insulina vicia etc. e tirar isso da cabe?a delas ? muito complicado"
, diz.
Al?m disso, o rapaz ressalta que o m?dico sozinho n?o d? conta de todas as implica?es
da doen?a. "A medica??o ? s? um aspecto, ? preciso trabalhar as diversas ?reas,
por isso, o projeto ? multidisciplinar e conta com acad?micos e profissionais de
diversas ?reas correlacionadas"
.
Essa equipe multidisciplinar ? composta por psic?logos, para avaliar o aspecto emocional que muitas vezes tem influ?ncia direta no quadro do paciente; assistentes sociais para orientar sobre a burocracia para conseguir a medica??o gratuitamente. Odont?logos para cuidar das poss?veis les?es na mucosa gengival, provocadas pelo diabetes, enfermeiros para o tratamento das complica?es e professores de educa??o f?sica que orientam sobre a import?ncia e a melhor maneira de se praticar atividade f?sica.
Segundo Rafael, os pacientes do Sistema ?nico de Sa?de (SUS) s?o o foco desse projeto.
"Os pacientes s?o encaminhados para tratamento no CAS e l? s?o instru?dos sobre
o projeto e j? fazem o cadastro, sendo redirecionado para uma das ?reas espec?ficas"
.
O projeto atende pessoas de Juiz de Fora e regi?o e as reuni?es s?o peri?dicas. "Fazemos reuni?es mensais com o grupo e cada vez ? uma equipe que vem falar
para eles"
, explica.
Nessas reuni?es, o paciente d? depoimentos, tira d?vidas e troca experi?ncias com
os demais. H?lio ? um dos mais antigos no grupo e est? sempre orientando os outros
para que n?o se desesperem. "O grupo ? muito bom porque a gente aprende muito
e pode ajudar os outros a entenderem melhor o que est?o passando. N?o ? uma doen?a
assustadora, d? para se ter uma vida praticamente normal"
, avalia.
Para Rafael, essa troca de experi?ncias ? fundamental para o crescimento de todos.
"? na hora da reuni?o com os pacientes que as coisas acontecem de verdade, ?
a partir da? que avaliamos a efic?cia do nosso projeto"
, declara.
O projeto ?Acompanhamento, Educa??o e Preven??o em Diabetes Mellitus? ? um trabalho terap?utico e conscientizador. "A pessoa tem que entender a doen?a para se conscientizar
de que a alimenta??o balanceada e a pr?tica de exerc?cio s?o fundamentais"
.
A doen?a
Tiago (foto abaixo) explica que existem dois tipo de diabetes que seguem mecanismos diferentes.
"O diabetes tipo 1 normalmente come?a na inf?ncia, o sistema imunol?gico ataca
a c?lula produtora de insulina e a destr?i. J? o tipo 2, a c?lula produz a insulina,
mas o organismo resiste ? ela"
, explica.
O sedentarismo e os maus h?bitos alimentares aliados ? predisposi??o gen?tica do
indiv?duo s?o os grandes vil?es dessa hist?ria que a cada dia ganha novos personagens.
"Nos ?ltimos anos tem aumentado muito o n?mero de diab?ticos, em especial entre
as crian?as, devido ao card?pio fast food e ao sedentarismo"
, revela.
Tiago ensina que combater a doen?a ? simples: "basta seguir aquele velho conselho
de m?e: 'come verdura, menino!' Uma alimenta??o saud?vel, com pouco carboidrato, aliada ? pr?tica de esportes afasta o perigo do diabetes"
. Mas n?o precisa se
privar de tudo, cada dieta tem que se adequar ao ritmo de vida do paciente.
M?nica acrescenta que a pr?tica de exerc?cios ? fundamental. "J? fiz testes que
comprovaram que logo ap?s o exerc?cio f?sico o ?ndice de glicose no sangue sofre
uma queda consider?vel. Isso ? vital para o diab?tico"
.
A alimenta??o
Acad?mica de nutri??o de uma institui??o particular, V?nia Botelho (foto abaixo) d? a dica para uma alimenta??o que, se feita corretamente, seguindo a medica??o e evitando o sedentarismo, garante o controle da glicose.
"Basta evitar tudo o que se transforma em a?car, ou seja, carboidratos como p?es, bolos,
massas, arroz, biscoito e, claro, os doces"
. A estudante ressalta que existem
no mercado op?es muito saborosas de sobremesas espec?ficas para o diab?tico.
Ela explica que cada pessoa recebe um tipo de dieta, mas o b?sico ? evitar os alimentos
citados. "N?s fazemos um exame espec?fico e adequamos a dieta a cada pessoa, mas
o fundamental ? n?o ingerir a?car para n?o sobrecarregar o organismo"
.
Outra dica ? evitar o jejum. "O doente n?o deve ficar em jejum, isso pode lhe causar
mau-estar, o ideal ? se alimentar de tr?s em tr?s horas, porcionando em cinco ou
seis refei?es"
.
*Marinella Souza ? estudante de Comunica??o Social da UFJF
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